Eu acho que é a posição do Papa e tem de ser respeitada. Encaro que ele tem direito de se manifestar sobre o que ele pensa, é a crença dele, e ele está encomendando uma orientação"
Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta quinta-feira (28), em Brasília, respeitar a posição do Papa Bento XVI, que disse que os bispos brasileiros têm o dever de emitir juízos morais em matérias políticas, mas declarou não ver relação entre a orientação e a “campanha” que a acusava de ser favorável ao aborto.
“Vamos separar as questões. Acho que o Papa não tem nada a ver com isso. Aqui ocorreu uma outra coisa, ocorreu uma campanha que não ocorreu à luz do dia. Quem fez a campanha não se identificou, não mostrou sua cara. Foi uma campanha de difamações, de calúnias e algumas delas ao arrepio da lei”, afirmou a petista.
Dilma afirmou que o Papa "tem direito” a manifestar sua posição. “Eu acho que é a posição do Papa e tem de ser respeitada. Encaro que ele tem direito de se manifestar sobre o que ele pensa, é a crença dele, e ele está encomendando uma orientação.”
A petista reafirmou ser contra o aborto, mas a favor do tratamento das mulheres que recorrem à clandestinidade para interromper a uma gestação. “Cansei de repetir qual minha posição nessa questão do aborto. Eu, pessoalmente, sou contra o aborto, mas sei que a cada dois dias morre uma mulher nessas circunstâncias. Eu não acredito que ninguém em sã consciência recomende que se prenda essas mulheres.”
Pré-sal
Antes de conceder entrevista, Dilma recebeu sindicalistas da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que vieram manifestar apoio a sua candidatura. A petista defendeu a mudança de modelo de exploração do petróleo no pré-sal, de concessão para partilha, que ainda tramita no Congresso, e afirmou que, caso venha a ser eleita, só depois da aprovação da lei deverão ser realizadas novas licitações.
“O projeto da partilha, eu tenho total empenho nele. (...) Até o modelo de partilha [ser aprovado], não tem licitação. Nós já suspendemos as licitações”, afirmou a petista.
A mudança de modelo foi incluída no Senado dentro do projeto que cria o fundo social para a aplicação das riquezas. O projeto ainda aguarda nova votação na Câmara antes de ir à sanção presidencial.
Dilma justificou o fato de o governo Lula ter feito mais concessões de petróleo do que o governo anterior destacando que, antes da descoberta do pré-sal, o Brasil tinha poucas reservas, o petróleo era de baixa qualidade e o custo de exploração para realizar as descobertas era mais alto. Para ela, quem defende a manutenção do modelo de licitação para o pré-sal defende a privatização.
“O Brasil acompanha e sabe quem é a favor do pré-sal e da Petrobras e quem é a favor de entregar [a exploração] para empresas estrangeiras”, afirmou.
Controle da mídia
Questionada sobre a criação de conselhos de jornalismo em alguns estados e a possibilidade de controle sobre o conteúdo do jornalismo, a petista disse ser contra qualquer monitoramento. No entanto, ela disse que deve haver regras para a mídia, mas sem interferência no conteúdo.
“Sou contra qualquer processo de controle de conteúdo da mídia. Não acredito que tem alguém que seja contra modelos que criem regulações para o setor, por exemplo, sobre qual é a participação do capital estrangeiro, mas monitoramento é de conteúdo e eu não concordo com isso. Repudio o monitoramento de conteúdo editorial. Acho que isso não pode se criar no Brasil”, afirmou Dilma.
Ela reafirmou que o melhor controle para a área é o “controle remoto”. Dilma disse ainda que a liberdade de imprensa é um valor fundamental numa democracia e que o Brasil tem de se “vangloriar” por isso.
Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta quinta-feira (28), em Brasília, respeitar a posição do Papa Bento XVI, que disse que os bispos brasileiros têm o dever de emitir juízos morais em matérias políticas, mas declarou não ver relação entre a orientação e a “campanha” que a acusava de ser favorável ao aborto.
“Vamos separar as questões. Acho que o Papa não tem nada a ver com isso. Aqui ocorreu uma outra coisa, ocorreu uma campanha que não ocorreu à luz do dia. Quem fez a campanha não se identificou, não mostrou sua cara. Foi uma campanha de difamações, de calúnias e algumas delas ao arrepio da lei”, afirmou a petista.
Dilma afirmou que o Papa "tem direito” a manifestar sua posição. “Eu acho que é a posição do Papa e tem de ser respeitada. Encaro que ele tem direito de se manifestar sobre o que ele pensa, é a crença dele, e ele está encomendando uma orientação.”
A petista reafirmou ser contra o aborto, mas a favor do tratamento das mulheres que recorrem à clandestinidade para interromper a uma gestação. “Cansei de repetir qual minha posição nessa questão do aborto. Eu, pessoalmente, sou contra o aborto, mas sei que a cada dois dias morre uma mulher nessas circunstâncias. Eu não acredito que ninguém em sã consciência recomende que se prenda essas mulheres.”
Pré-sal
Antes de conceder entrevista, Dilma recebeu sindicalistas da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que vieram manifestar apoio a sua candidatura. A petista defendeu a mudança de modelo de exploração do petróleo no pré-sal, de concessão para partilha, que ainda tramita no Congresso, e afirmou que, caso venha a ser eleita, só depois da aprovação da lei deverão ser realizadas novas licitações.
“O projeto da partilha, eu tenho total empenho nele. (...) Até o modelo de partilha [ser aprovado], não tem licitação. Nós já suspendemos as licitações”, afirmou a petista.
A mudança de modelo foi incluída no Senado dentro do projeto que cria o fundo social para a aplicação das riquezas. O projeto ainda aguarda nova votação na Câmara antes de ir à sanção presidencial.
Dilma justificou o fato de o governo Lula ter feito mais concessões de petróleo do que o governo anterior destacando que, antes da descoberta do pré-sal, o Brasil tinha poucas reservas, o petróleo era de baixa qualidade e o custo de exploração para realizar as descobertas era mais alto. Para ela, quem defende a manutenção do modelo de licitação para o pré-sal defende a privatização.
“O Brasil acompanha e sabe quem é a favor do pré-sal e da Petrobras e quem é a favor de entregar [a exploração] para empresas estrangeiras”, afirmou.
Controle da mídia
Questionada sobre a criação de conselhos de jornalismo em alguns estados e a possibilidade de controle sobre o conteúdo do jornalismo, a petista disse ser contra qualquer monitoramento. No entanto, ela disse que deve haver regras para a mídia, mas sem interferência no conteúdo.
“Sou contra qualquer processo de controle de conteúdo da mídia. Não acredito que tem alguém que seja contra modelos que criem regulações para o setor, por exemplo, sobre qual é a participação do capital estrangeiro, mas monitoramento é de conteúdo e eu não concordo com isso. Repudio o monitoramento de conteúdo editorial. Acho que isso não pode se criar no Brasil”, afirmou Dilma.
Ela reafirmou que o melhor controle para a área é o “controle remoto”. Dilma disse ainda que a liberdade de imprensa é um valor fundamental numa democracia e que o Brasil tem de se “vangloriar” por isso.
Fonte: G1
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