A Regulamentação do direito de greve do
funcionalismo público pode ficar mais um ano sem sair do papel. Além de se
arrastar há 26 anos no Congresso, o texto que está pronto para ser votado no
Senado Federal impõe limites à paralisação e proíbe em definitivo que
policiais, bombeiros e militares das Forças Armadas cruzem os braços.
Esse é o Projeto de Lei 327/2014, aprovado no
ano passado pela Comissão Mista para Consolidação da Legislação Federal e
Regulamentação de Dispositivos da Constituição Federal, do Congresso Nacional.
O relatório é do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que teve como referência a
proposta do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), o Projeto de Lei 710/2011.
Assessor parlamentar do Departamento
Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Neuriberg Dias explica que o
predomínio no Congresso neste ano será de projetos de lei que tenham impacto
nas contas públicas. As Medidas Provisórias 664 e 665, que alteram benefícios
trabalhistas e previdenciários, também vão ocupar importante espaço na agenda
política parlamentar, defendeu Dias.
“Há um cenário diferente esse ano. Há vários
projetos que têm como objetivo aliviar o peso dos gastos públicos e outros
polêmicos, como as medidas provisórias. A tendência é que o texto que
regulamenta a greve não tenha prioridade no conjunto atual”, defendeu Dias.
Quem também acredita que a proposta não será
apreciada em plenário neste ano é o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). Em
entrevista à coluna, ele afirmou que o Projeto de Lei 327/14 está pronto para
ser votado, mas avalia que a Casa chegará a um consenso mais para frente. “É
difícil dizer que será nos próximos meses”, afirma o senador.
O parlamentar defendeu que “é importante dar
sequência ao tema e não ficar parado”, em referência à aprovação do PL327/14,
no segundo semestre do ano passado. “Em 2014 tivemos importantes votações, como
a PEC das Domésticas, que acabaram saindo antes”, explicou Nunes.
E quando o assunto é defender o seu texto
original, o PL 710/11, o senador tucano não economiza palavras, mesmo sabendo
que desagrada ao funcionalismo: “O cidadão paga o salário do servidor público e
quando ele faz greve, é o maior prejudicado. A população é a mais castigada
pela falta de regulamentação. É necessário ter regras para que todos possam ter
os seus direitos assegurados. Neste caso, tanto o servidor quanto a população
brasileira.”
Fonte: O Dia
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