Representantes de
servidores federais, estaduais, municipais e de estatais se reuniram na última
sexta-feira, 20, em Brasília, em um encontro convocado pela Central Única dos
Trabalhadores (CUT), para discutirem a complexa conjuntura atual, no intuito de
unificar e mobilizar a luta em defesa do serviço público.
No encontro foram
debatidas estratégias e ações concretas para reagir aos ataques sofridos pela
classe trabalhadora em menos de uma semana do governo interino de Michel Temer.
Além de debater o momento político do País que traz muitas incertezas, os
servidores reforçam a urgência de se unir contra uma pauta de retrocessos com risco
de avançar no Congresso Nacional que ameaçam direitos de todos os
trabalhadores.
Uma frente
parlamentar mista em defesa dos trabalhadores foi lançada na quinta-feira, 19,
no Senado com a participação de 197 deputados e 42 senadores. Para organizar
sua base e enfrentar o período conturbado, a Condsef está convocando uma
plenária nacional da maioria dos servidores do Executivo para o dia 10 de
junho.
Servidores e
empregados das estatais voltam para seus estados com a tarefa
de organizar um movimento amplo de resistência que já está em curso. Impactados
com a notícia da extinção do Minc, servidores da Cultura já ocupam mais de 14
prédios em todo o Brasil com apoio de artistas e diversos movimentos da
sociedade civil organizada.
Servidores do
Incra, Desenvolvimento Agrário, Ciência e Tecnologia, Previdência e outros
órgãos impactados com a MP 726/16 também estão atentos e organizados em torno
de uma resistência a pauta de retrocessos que avança.
Esta MP é
considerada fruto de um ato arbitrário de Temer que mexe com as estruturas do
setor público apenas com uma canetada. A Condsef busca uma audiência com o
ministro indicado para o Planejamento, Romero Jucá, para cobrar explicações
desses atos, defender as importantes políticas públicas que estão sendo atacadas
e exigir o cumprimento de acordos firmados com o governo.
A grande questão
levantada é como um governo interino pode adotar um programa de governo que não
foi aquele que conquistou a maioria dos votos nas eleições de 2014.
O programa “Uma Ponte para o Futuro” que não obteve sequer um voto já está
trazendo consequências catastróficas e é uma ameaça aos avanços experimentados
pela população brasileira nos últimos anos. O que o setor público precisa é de
investimento adequado e não da interrupção ou fim de programas que atendem
milhões de brasileiros. No encontro dos servidores de todo o Brasil também foi
debatida a possibilidade de se organizar um ato unificado para junho e a
construção de movimentos permanentes de resistência.
O momento é de muitas
incertezas, mas o que é certo é que não se pode esmorecer frente a ameaças
concretas a direitos adquiridos. Mais que nunca é fundamental fortalecer a
mobilização e unidade em torno da valorização dos servidores e dos serviços
públicos, do acesso à população a serviços universais e de qualidade e defender
os direitos conquistados pela classe trabalhadora ao longo de sua história. Não
podemos admitir retrocessos. Nenhum passo atrás. Nenhum direito a menos.
Fonte: Condsef
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