“O Projeto Incluir resultará na eliminação das barreiras arquitetônicas, de comunicação e culturais. Nosso objetivo é garantir a acessibilidade a pessoas portadoras de necessidades especiais, sejam como magistrados, servidores, colaboradores, advogados ou como usuários da Justiça do Trabalho do Maranhão”, afirmou a presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA), desembargadora Márcia Andrea Farias da Silva, ao lançar o projeto e dar as boas-vindas aos 18 surdos contratados pelo Tribunal para trabalharem nas unidades do órgão e nas varas de São Luís e de Imperatriz. A cerimônia ocorreu pela manhã, no auditório do Fórum Astolfo Serra, na Areinha.
Nesta quarta-feira (02), às 8h30, os surdos assistem à palestra “Portas abertas para Inclusão”, ministrada pela chefe do Serviço de Comunicação, jornalista Edvânia Kátia, e, na quinta-feira (03), visitam às unidades do TRT e varas da capital, para que conheçam o ambiente onde vão trabalhar. Dois surdos e um intérprete também começaram as atividades de ambientação nesta terça-feira (1º), na VT de Imperatriz. A contratação é resultado de parceria firmada com a Associação dos Surdos do Maranhão (ASMA). Para facilitar a comunicação com novos os contratados, servidores do TRT fizeram, na semana passada, o curso sobre Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Em seu discurso a presidente do TRT afirmou que assegurar a inclusão das pessoas portadoras de necessidades especiais implica garantir a acessibilidade e assistência judicial no âmbito da Justiça do Trabalho do Maranhão. Ela destacou as medidas já adotadas pelo tribunal nesse sentido e as ações que serão desenvolvidas por meio do Projeto Incluir, contemplado no planejamento estratégico do TR.
A desembargadora também falou sobre a legislação que trata da inclusão das pessoas com necessidades especiais e destacou recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que os tribunais adotem medidas para remoção das barreiras físicas, arquitetônicas, de comunicação e atitudinais. Ressaltou, ainda, resolução do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), que dispõe sobre o uso Libras e a capacitação dos servidores. “Nosso desejo, porém, vai além da obrigação legal. Nosso desejo é ser um tribunal 100% inclusão”, garantiu.
Qualificados – a coordenadora do Serviço de Inclusão no Trabalho da ASMA, Vileni Leite, explicou que todos os 18 surdos contratados pelo TRT são qualificados para diversos tipos de serviços e a maioria já tem experiência no mercado de trabalho. Entre os contratados há estudantes universitários, técnicos em informática e instrutores de Libras. Um exemplo é o estudante do 7º período do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Antonio Hercules Almeida, 23 anos. Ele disse que já atuou como administrador financeiro de uma empresa de construção civil. “Busco crescer mais e melhorar a cada dia minha qualidade de vida”, afirmou.
“Estamos muito felizes com a parceria com o TRT e que essa iniciativa do Judiciário Trabalhista sirva de incentivo para outras instituições no estado”, enfatizou a presidente da ASMA, Lídia Maria Trinta.
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