Aproximadamente
1.200 trabalhadores rurais maranhenses passaram a fazer parte do banco
de currículos do Sistema Nacional de Emprego (Sine). A expectativa é de
este número dobre até o fim do mês de abril.
A
ação coordenada pela Secretaria de Estado do Trabalho e da Economia
Solidária (Setres), através do Programa Marco Zero de Intermediação
Rural, busca realizar o encaminhamento de trabalhadores do meio rural da
mesma maneira que o Sine já opera no meio urbano: cadastrando vagas de
fazendas e empreendimentos rurais como empregadores e encaminhando
trabalhadores do campo para as funções disponibilizadas através do
sistema.
Somente
em fevereiro, 670 trabalhadores foram encaminhados para vagas no corte e
plantio de cana-de-açúcar oferecidas pela Fazenda Agrosserra, produtora
de Etanol sediada em São Raimundo das Mangabeiras, município distante
668 km de São Luís. A usina chega a produzir 100 milhões de litros do
combustível por ano.
A
Agrosserra foi uma das primeiras empregadoras rurais a aderir ao pacto
proposto pelo Programa Marco Zero. A Usina Maity, também de produção de
etanol e a empresa Brasil Foods, de produção de alimentos, também
aderiram e já começam a empregar trabalhadores rurais através do Sine.
O
cadastramento de trabalhadores passou pelas cidades de Passagem Franca,
Colinas, São Luís Gonzaga, São Raimundo das mangabeiras e Imperatriz.
De acordo com a coordenadora do Programa, Isaura Moreira, a chegada das
equipes do Sine, juntamente com os empregadores, causa entusiasmo
imediato nas comunidades.
“Muitos
dos trabalhadores que procuram emprego nessas usinas já passaram por
essas empresas e ficam somente aguardando a chegada da nova safra, para
que possam se empregar novamente”, explicou a coordenadora.
Isaura
Moreira contou que apesar de os trabalhadores guardarem muita
expectativa em relação ao emprego oferecido, a maioria têm poucos planos
para um desenvolvimento maior. “Dentro de uma fazenda é possível mudar
de função, progredir para um setor mais especializado dentro da cadeia. É
preciso preparar esse trabalhador para que ele aceite uma qualificação
especializada”, conclui.
Trabalho Escravo
Dentre
os cerca de 1.200 trabalhadores cadastrados, a equipe do Marco Zero
identificou dois lavradores que foram vítimas da exploração pelo
trabalho escravo. Eles relataram que a experiência aconteceu no estado
do Mato Grosso, mas segundo a coordenadora, eles foram muito reticentes
em falar sobre esta vivência. “É um trauma violento”, observou a
coordenadora.
O
secretário de Trabalho, José Antônio Heluy, explicou que o Programa
Marco Zero é uma poderosa ferramenta para o combate ao trabalho escravo.
“Quando o poder público passa a acompanhar a oferta de vagas no meio
rural, acompanhando, fiscalizando instalações, firmando parceria com
empregadores, fica mais difícil para o aliciador do trabalho escravo
agir”, argumentou.
Antônio
Heluy acompanhou parte dos trabalhos de cadastramento, durante ação em
São Luís Gonzaga. Foi instalada uma equipe exclusiva para esclarecer os
trabalhadores rurais a não caírem na armadilha do trabalho escravo. “A
nossa cartilha ‘Fique de Olho’ tem sido a ferramenta multiplicada,
apresentada e explicada pela nossa equipe aos lavradores e lavradoras do
nosso Estado para que essa mancha do trabalho escravo seja apagada
definitivamente da nossa sociedade", concluiu o secretário
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