A
Secretaria de Estado de Trabalho e Economia Solidária (Setres) e a
agência do Sistema Nacional de Empregos (Sine) em São Luís realizaram,
nesta quinta-feira (13), o “Dia D de Inclusão da Pessoa com
Deficiência”, uma ação integrada entre empresas parceiras do Sine para a
realização de seletivos exclusivos para trabalhadores com deficiências.
Recrutadores
de dez empresas, técnicos do Sine e intérpretes de Libras passaram o
dia avaliando cerca de 70 candidatos que compareceram à atividade.
Trinta e seis foram encaminhados para as vagas oferecidas.
A
ação, inédita, foi realizada em caráter experimental, com o
acompanhamento do secretário de Estado de Trabalho e Economia Solidária,
José Antônio Heluy; o Promotor de Defesa da Pessoa com Deficiência,
Ronald Pereira Santos; o defensor Geral do Estado, Aldy Melo Filho; e da
Secretária de Direitos Humanos e Cidadania do Estado, Luiza Oliveira.
Eles discutiram alternativas para a qualificação dos candidatos e
decidiram pela realização pontual de ações de empregabilidade voltadas
para pessoas com deficiência.
Inclusão no trabalho
Não
é de hoje que as empresas têm dificuldade para cumprir as cotas de
vagas de emprego destinadas às pessoas com deficiência no Brasil: a lei
que determina a contratação de 2 a 5% de trabalhadores com algum tipo de
deficiência em empresas com mais de cem funcionários já completou 22
anos e continua gerando gargalos históricos, tanto por parte dos
empregadores quanto dos trabalhadores. No Maranhão, a situação não é
diferente.
De
acordo com a coordenadora da agência do Sine de São Luís, Honorata
Azevedo, o ‘encontro’ entre a vaga disponível e o candidato ideal para
preenchê-la ainda é difícil de acontecer, apesar da grande necessidade
das empresas. “Os recrutadores das empresas alegam que muitos candidatos
estão aquém do perfil exigido para a vaga, em geral por falta de
qualificação”.
Na
outra ponta do problema, as pessoas com deficiência também reclamam de
dificuldades nas empresas. É o caso Evandilson de Jesus Serra, que tem
uma vasta experiência no mercado, apesar de ter restrições de
mobilidade. “A maior dificuldade é a questão da acessibilidade, a falta
de adaptações e rampas que facilitem nossa permanência no local de
trabalho”, esclareceu.
Para
Manoel Dias, analista de RH de uma das empresas parceiras, a ação foi
uma grande iniciativa. “No dia a dia do recrutamento de candidatos com
deficiências nós só encontramos dificuldade. Quase nunca há candidatos
disponíveis e somente aqui consegui entrevistar dez trabalhadores e
selecionamos seis”.
“O
entendimento entre o empregador e o candidato com deficiência é
necessário porque existe uma obrigatoriedade a ser cumprida pelas
empresas”, defendeu José Antônio Heluy. “Trazer os dois para o Sine é de
fundamental importância para que esse entendimento aconteça e a
política pública dedicada às pessoas com deficiência alcance o seu
alvo”.
A
próxima ação do “Dia D de Inclusão de Pessoas com Deficiência” será em
março e as diversas instituições apoiadoras da atividades já planejam a
inclusão de mais políticas públicas voltadas para a pessoa com
deficiência na próxima edição.
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