Após visitar, na semana passada, a escola de São Domingos do Azeitão que ficou entre as piores do Enem 2011, o novo secretário de Educação do Estado (Seduc), Pedro Fernandes, fez uma avaliação positiva e disse como pretende resolver os problemas dessas escolas.
“É preciso melhorar a gestão da secretaria e das escolas, qualificar cada vez mais o professor, colocando a disposição dele a tecnologia, a informática; dar recursos e cobrar compromisso. É preciso também investir na parceria do Estado com os municípios e a União. O Estado foca no ensino médio e auxilia os municípios, através da parceria, para melhorar o ensino fundamental, porque senão a base sempre vai ser ruim, o que se refletirá no futuro”, explica.
O secretário disse que existem também outras metas, mas sempre enfoca a questão da parceria. “São importantes também o Plano Estadual de Educação, a Conferência Estadual de Educação, melhorar a gestão, buscar parcerias com os municípios e a União, cobrar compromissos e adequar cada professor ensinando em sua área. Estamos reequipando a Ouvidoria para criarmos um mecanismo que vai receber as demandas das escolas e as ações da secretaria estão sendo descentralizadas. Tudo é decidido na reunião de um colegiado composto por seis secretários adjuntos e a Unidade Gestora de Administração. Toda semana tem uma reunião com cada unidade, e assim administração deixou de ser uma ilha”, garante.
A seguir a entrevista publicada no JP de domingo (Por Waldemar Ter).
JORNAL PEQUENO – Qual o resultado da visita àquela escola de São Domingos do Azeitão, que ficou entre as piores do Enem 2011?
PEDRO FERNANDES – Foi uma visita para vermos as reais condições da escola, mas a impressão do pessoal era que íamos para cobrar. O que queríamos era conhecer a realidade, os defeitos, para que possam ser corrigidos. Realizamos uma boa reunião com professores, diretores, servidores e fizemos questão da participação do prefeito eleito do município, Nicodemos Ferreira, até porque o que queremos é uma parceria com os municípios para nos ajudar a resolver os problemas nas escolas.
JP – O que será feito a partir da reunião?
PF – Saímos da reunião com a impressão de que ganharemos essa guerra, porque a escola possui boa estrutura, é climatizada, agora é preciso corrigir os problemas, que só serão resolvidos ao assumirmos compromisso com as nossas escolas, envolvendo alunos, pais, professores, diretores e investindo numa melhor relação pais/professores. O que colhemos em São Domingos do Azeitão será levado para as outras escolas que enfrentam os mesmo problemas, para que haja uma melhora na qualidade do ensino maranhense.
JP – O que pode ter levado a educação do Estado a alcançar esses índices baixos no Enem 2011?
PF – A educação brasileira chegou ao fundo do poço, tanto que vimos agora uma instituição internacional mostrar que o Brasil ficou apenas na 39º posição de um ranking de 40 países, em relação ao ensino, atrás mesmo da Bolívia e da Colômbia, que enfrenta uma guerrilha que sufoca os jovens. Acredito que a universalização do ensino no Brasil, que era necessária, provou uma caída na qualidade. Agora é partir para investimentos na qualidade do nosso ensino.
JP – O que terá que ser feito?
PF – No Maranhão, estamos desenvolvendo o Plano Estadual de Educação, através do Fórum Estadual de Educação, e trabalhando na preparação da Conferência Estadual de Educação, para 2013. Levaremos nossas propostas para a conferência nacional e haverá também as conferências municipais, para recolhermos subsídios. Enquanto isso, precisamos recuperar escolas, mobiliar e completar o quadro de professores, com cada um atuando na sua área para começarmos o ano letivo com professores.
JP- E em relação à gestão e à qualificação?
PF – É preciso melhorar a gestão da secretaria e das escolas, qualificar cada vez mais o professor, colocando a disposição dele a tecnologia, a informática; dar recursos e cobrar compromisso. É preciso também investir na parceria do Estado com os municípios e a União. O Estado foca no ensino médio e auxilia os municípios, através da parceria, para melhorar o ensino fundamental, porque senão a base sempre vai ser ruim, o que se refletirá no futuro.
JP – Como anda a motivação do professor?
PF – Nós temos muitos bons professores, estamos preparando o concurso público para professor para 2013 e prorrogar os contratados. É preciso que tudo esteja bem estruturado porque são 450 mil matrículas no ensino médio, e a Secretaria de Educação possui 43 mil servidores. A secretaria tem recursos e estrutura, mas precisamos melhorar a qualidade nos gastos e isso é gestão. Do orçamento do Estado, a educação fica com 20 por cento, em torno hoje de R$ 1,5 bilhão, que, se não é suficiente, mas é possível oferecer melhor gestão na aplicação desses recursos.
JP – O que pode mais ser feito?
PF – Por determinação da própria governadora Roseana, o Pnud fez um diagnóstico sobre o ensino maranhense e parte dessas informações já foi entregue. São dados que vão servir para conseguirmos recursos do Ministério da Educação visando investir na melhoria do nosso ensino. Precisamos também qualificar os gastos, fazendo com que, por exemplo, haja racionalização no consumo de energia elétrica. É preciso chamar as escolas para que participem e sigam os exemplos das mais eficientes.
JP – Explique melhor, por favor, a reunião dos técnicos da Seduc com consultores do Pnud.
PF – A reunião, na terça-feira (27), com consultores do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) foi para discutir encaminhamentos propostos na primeira etapa da capacitação de Gerenciamento da Rotina, ação que integra o acordo de cooperação técnica feita entre Governo do Estado, Ministério da Educação (MEC) e Pnud. É muito importante para que sejam percebidos os pontos positivos e negativos dessa área temática, tendo como foco a melhoria significativa dos índices educacionais do Estado, criando mecanismos para melhorar o processo ensino-aprendizagem em sala de aula.
JP – Como é essa ideia de montar uma escola modelo em cada polo?
PF – O objetivo de montar uma escola de referência em cada sede de polo educacional é para que ela sirva de modelo para as demais, espalhando assim o exemplo daquela para as outras da região. Começamos com uma, e a partir daí iremos para as outras. Assim como o Liceu é referência para São Luís, precisamos de um modelo para os municípios pequenos. Estamos também estruturando a aproximação com as 16 unidades gestoras. Muitas são grandes demais, como Pinheiro e Chapadinha, por isso é necessária a descentralização para que as escolas recebam melhor assistência e melhorar o ensino.
JP – Em resumo, quais então são os principais fundamentos que o senhor pretende implantar à frente da secretaria?
PF – São o Plano Estadual de Educação, a Conferência Estadual de Educação, melhorar a gestão, buscar parcerias com os municípios e a União, cobrar compromissos e adequar cada professor ensinando em sua área. Estamos reequipando a Ouvidoria para criarmos um mecanismo que vai receber as demandas das escolas e as ações da secretaria estão sendo descentralizadas. Tudo é decidido na reunião de um colegiado formado por seis secretários adjuntos e a Unidade Gestora de Administração. Toda semana tem uma reunião com cada unidade, e assim a administração deixou de ser uma ilha.
Fonte: blog do Waldemar Ter
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