Foto: Douglas Júnior |
Os professores da rede pública municipal, em greve há 70 dias, realizaram ontem à tarde novo ato de protesto contra a Prefeitura de São Luís, na Praça Pedro II, no Centro. De acordo com os docentes, até o momento não houve avanços nas negociações - relacionadas a reajustes salariais - entre a categoria e a direção da Secretaria da Educação da capital maranhense.
A concentração do ato ocorreu por volta das 16h de ontem, na Praça João Lisboa. Segurando velas e cartazes e ainda vestidos de preto, os professores realizaram o enterro simbólico da gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Integrantes do grupo teatral Deixa de Bobagem participaram do ato e representaram os parentes que choravam durante o enterro.
Após a primeira parte do protesto, os professores seguiram em passeata, sob chuva, até a sede da Prefeitura de São Luís, na Praça Pedro II). No local, os docentes proferiram palavras contra o prefeito Edivaldo Holanda Júnior.
"Este ato é para mais uma vez demonstrar nossa revolta contra essa administração de Edivaldo, que prometeu melhorias na educação durante a sua campanha eleitoral e, no entanto, o que tivemos não representa o discurso do prefeito. Estamos aguardando por novas negociações. Os professores estão e sempre estarão abertos ao diálogo, mas, para isso, precisamos da colaboração dos gestores públicos municipais na tentativa de sentar com a categoria e chegar a um consenso", disse a presidente do Sindicato dos Professores da Rede Municipal de Educação (Sindeducação), Elisabeth Castelo Branco.
A presidente do Sindeducação garantiu que mais de 80% das escolas públicas da rede municipal ainda não retomaram as atividades no segundo semestre deste ano, devido à greve dos professores. "É preciso tomar uma providência urgente. Muitos alunos estão sendo prejudicados pela falta de sensibilidade do prefeito de São Luís para sentar na mesa de negociação e conversar com os professores. Isso é necessário. Caso contrário, manteremos a greve por tempo indeterminado", afirmou.
Pressão - Alguns professores da rede pública municipal afirmaram ainda, durante a manifestação, que estão sendo pressionados pelas direções das respectivas escolas para retornarem às salas de aula, sob pena de corte nos pontos. O professor Carlos Campelo, da Unidade de Ensino Antônio Vieira, no São Cristóvão, disse que se não retornar em breve às atividades escolas receberá faltas na folha de ponto. "Já fui informado pela direção da escola onde sou lotado que, se não retornar até a semana que vem, será colocada falta na minha folha de ponto desde o dia 21 de julho até o dia anterior à minha volta à sala. Isso é um absurdo, já que o professor também tem direito à greve", destacou.
Mais
A Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), determinou o retorno dos professores às salas
de aula já que considera a greve. Até o fechamento desta edição, não foi informado pela Semed se haverá nova rodada de negociações com os docentes.
Sobre a denúncia de corte nos pontos de professores da Unidade de Ensino Antônio Vieira, até o início da noite de ontem a Semed ainda não havia se pronunciado.
Números
20% é o reajuste salarial solicitado
pelos professores ao Município
3% foi a contra-proposta salarial
oferecida pelos professores
Fonte: Jornal O Estado do Maranhão
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