Não é nem nunca foi segredo pra ninguém que Antonio Palloci tem boas relações no meio empresarial e no mercado de capitais – relações estas que já existiam muito antes de ele virar ministro da Fazenda, em 2003.
Na campanha de 2002, Palloci foi um dos principais interlocutores do partido com a burguesia industrial e financeira. Ele ajudou a construir pontes para o entendimento político-econômico que a conjuntura iria exigir, em caso de vitória do PT.
Por ter esse perfil – e ter cumprido esse papel – Palloci sempre foi visto por muita gente, dentro do PT inclusive, como um quadro conservador. Em compensação, e justamente por causa disso, ele ganhou a simpatia das grandes empresas de comunicação, virou o preferido delas, o amigo do “outro lado”.
Palloci, um político habilidoso como poucos, não rejeitou as novas amizades, nem deveria, mas acho que exagerou ao confiar demais em algumas delas.
Nestes dias em que todos os jornalistas de política de todos os jornais do Brasil só falam em “fogo-amigo contra Palloci”, eu me pergunto: será que eles estão se referindo ao PT ou a eles mesmos?
Porque declarações de autoridades petistas contra Palloci, até agora, eu só vi foi em off. Quem “fala” nas matérias é sempre uma “fonte do governo”, uma “pessoa muito ligada ao Palácio”, um “parlamentar descontente”, um sujeito oculto qualquer.
Se é que essas pessoas misteriosas realmente existem, o que elas fazem não é fogo-amigo, é apenas coisa de gente miúda querendo sair das sombras. Porque fogo-amigo, pra mim, tem que ter nome e RG, tem que ter assinatura.
Não vejo a assinatura do PT nos recentes episódios envolvendo Antonio Palloci. Pelo contrário, quem partiu pra cima do ministro e o ataca todos os dias são pessoas do seu novo círculo de relações, fora do governo e fora do partido.
Os dados sigilosos da empresa de Palloci foram vazados, segundo dizem, por um secretário tucano da Prefeitura de São Paulo, administrada pelo “neogovernista” Gilberto Kassab. E quem transformou as informações em fato escandaloso foi um jornal paulista com histórico bem consolidado de oposição aos governos no PT – o mesmo valendo para o restante da velha mídia impressa e eletrônica, que não pensou duas vezes antes de jogar o “amigo” na fogueira.
Mas atenção: nenhum desses amigos-da-onça quer realmente derrubar Palloci.
Os setores da mídia que há três semanas chafurdam no tema tem como foco, na verdade, enfraquecer o governo Dilma, atacar o PT e desestabilizar a base de apoio, exatamente como fizeram em 2005.
O jogo é o mesmo e continua sendo jogado.
Por isso não cabem aqui falsas ilusões, como a de que o ex-presidente Lula, com todo seu capital político, ficaria sentado em casa, assistindo pela TV ao bombardeio contra o governo do nosso partido.
Lula está aí é pra isso mesmo, pra fazer política e dialogar com sociedade e os movimentos sociais, como sempre fez, exercendo agora um importante papel de mediação. Ao contrário do que dizem alguns colunistas “amigos” de Palloci, a atuação de Lula só fortalece a presidenta Dilma e o nosso Governo.
Estão redondamente enganados os que acreditam que provocarão cizânias entre nós com fofocas, picuinhas e intrigas. O PT não pode e não vai entrar nessa. É muito importante que os petistas façam uma profunda reflexão sobre fatos passados para melhor compreender o presente.
Sou pela permanência de Palloci na Casa Civil. Não falo pela presidenta nem pelo governo. Falo por mim. E assino embaixo.
Francisco Rocha da Silva (Rochinha) é membro da Comissão de Ética e Disciplina do PT.
Na campanha de 2002, Palloci foi um dos principais interlocutores do partido com a burguesia industrial e financeira. Ele ajudou a construir pontes para o entendimento político-econômico que a conjuntura iria exigir, em caso de vitória do PT.
Por ter esse perfil – e ter cumprido esse papel – Palloci sempre foi visto por muita gente, dentro do PT inclusive, como um quadro conservador. Em compensação, e justamente por causa disso, ele ganhou a simpatia das grandes empresas de comunicação, virou o preferido delas, o amigo do “outro lado”.
Palloci, um político habilidoso como poucos, não rejeitou as novas amizades, nem deveria, mas acho que exagerou ao confiar demais em algumas delas.
Nestes dias em que todos os jornalistas de política de todos os jornais do Brasil só falam em “fogo-amigo contra Palloci”, eu me pergunto: será que eles estão se referindo ao PT ou a eles mesmos?
Porque declarações de autoridades petistas contra Palloci, até agora, eu só vi foi em off. Quem “fala” nas matérias é sempre uma “fonte do governo”, uma “pessoa muito ligada ao Palácio”, um “parlamentar descontente”, um sujeito oculto qualquer.
Se é que essas pessoas misteriosas realmente existem, o que elas fazem não é fogo-amigo, é apenas coisa de gente miúda querendo sair das sombras. Porque fogo-amigo, pra mim, tem que ter nome e RG, tem que ter assinatura.
Não vejo a assinatura do PT nos recentes episódios envolvendo Antonio Palloci. Pelo contrário, quem partiu pra cima do ministro e o ataca todos os dias são pessoas do seu novo círculo de relações, fora do governo e fora do partido.
Os dados sigilosos da empresa de Palloci foram vazados, segundo dizem, por um secretário tucano da Prefeitura de São Paulo, administrada pelo “neogovernista” Gilberto Kassab. E quem transformou as informações em fato escandaloso foi um jornal paulista com histórico bem consolidado de oposição aos governos no PT – o mesmo valendo para o restante da velha mídia impressa e eletrônica, que não pensou duas vezes antes de jogar o “amigo” na fogueira.
Mas atenção: nenhum desses amigos-da-onça quer realmente derrubar Palloci.
Os setores da mídia que há três semanas chafurdam no tema tem como foco, na verdade, enfraquecer o governo Dilma, atacar o PT e desestabilizar a base de apoio, exatamente como fizeram em 2005.
O jogo é o mesmo e continua sendo jogado.
Por isso não cabem aqui falsas ilusões, como a de que o ex-presidente Lula, com todo seu capital político, ficaria sentado em casa, assistindo pela TV ao bombardeio contra o governo do nosso partido.
Lula está aí é pra isso mesmo, pra fazer política e dialogar com sociedade e os movimentos sociais, como sempre fez, exercendo agora um importante papel de mediação. Ao contrário do que dizem alguns colunistas “amigos” de Palloci, a atuação de Lula só fortalece a presidenta Dilma e o nosso Governo.
Estão redondamente enganados os que acreditam que provocarão cizânias entre nós com fofocas, picuinhas e intrigas. O PT não pode e não vai entrar nessa. É muito importante que os petistas façam uma profunda reflexão sobre fatos passados para melhor compreender o presente.
Sou pela permanência de Palloci na Casa Civil. Não falo pela presidenta nem pelo governo. Falo por mim. E assino embaixo.
Francisco Rocha da Silva (Rochinha) é membro da Comissão de Ética e Disciplina do PT.
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