O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, se reuniu nesta segunda-feira (29) com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto e informou, após o encontro, que o governo deve aumentar a meta de superávit primário em cerca de R$ 14 bilhões neste ano, o equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Com isso, a meta passaria de R$ 117,9 bilhões, cerca de 3% do PIB, para aproximadamente R$ 130 bilhões, ou 3,5% do PIB.
De acordo com o presidente da Força Sindical, o aumento da meta de superávit primário em 2011 decorre do bom desempenho da arrecadação. Somente nos sete primeiros meses de 2011, a arrecadação subiu R$ 97,7 bilhões sobre igual período do ano passado, batendo novo recorde histórico. Com os bons números da receita de tributos, a meta de superávit primário do setor público totalizou R$ 91,9 bilhões até julho, o equivalente a 77,9% da meta anual de R$ 117,9 bilhões.
A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em reunião com o Conselho Político nesta segunda-feira (29) (Foto: Reuters)A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em reunião com o Conselho Político nesta segunda-feira (29) (Foto: Reuters)
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Segundo Paulo Pereira da Silva, a elevação da meta de superávit primário neste ano, por parte do governo, teria por objetivo possibilitar uma redução mais rápida da taxa básica de juros da economia brasileira. O entendimento do governo é que, retirando recursos da economia, por meio da elevação da economia feita para pagar juros, a tarefa do Banco Central, no controle da inflação, ficaria mais fácil - permitindo um recuo dos juros. "É um sinal ao mercado, para baixar os juros", declarou ele.
O governo já vinha sinalizando que pretendia conter os gastos públicos para permitir uma redução mais rápida da taxa de juros brasileira. Em audiência pública na última semana, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, pediu apoio dos parlamentares para evitar aumento de gastos públicos. Ele informou, na ocasião, que a redução dos juros era uma das prioridades do governo brasileiro.
Atualmente, a taxa básica de juros da economia brasileira está em 12,50% ao ano. Em termos reais (após o abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses), a taxa está em 6,8% ao ano - a mais alta do mundo. Juros altos, por sua vez, atraem capitais para a economia brasileira, por conta da boa remuneração, pressionando para baixo a cotação do dólar. Isso torna as exportações mais caras e as compras do exterior mais baratas.
O presidente da Força Sindical acrescentou que a presidente Dilma Rousseff disse, durante a reunião com os sindicalistas, que o crescimento do PIB neste ano deverá ficar em torno de 4%, conforme estimativa do ministro Mantega. Antes da segunda fase da crise financeira, inaugurada com o rebaixamento da nota da dívida dos Estados Unidos pela Standard & Poors, o governo brasileiro vinha prevendo uma expansão do PIB de 4,5% para este ano e de 5% para 2012.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto para confirmar as declarações da presidente da República divulgadas pelo presidente da Força Sindical. Entretanto, a Presidência informou que não iria se pronunciar, pois está prevista, também para esta segunda-feira, uma entrevista com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para falar sobre o assunto.
Fonte: G1
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