Cerca de
180 dirigentes sindicais de todo o país estiveram reunidos na terça-feira
(6) na sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) em São Bernardo
do Campo, no ABC paulista, para discutir ações que visam a acabar com as
desigualdades salariais na categoria.
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve presente nesta 1ª Conferência
Nacional sobre Negociação Coletiva e afirmou que é necessário avançar nas
discussões e buscar implementar o objetivo para ter uma sociedade mais justa.
“O
sindicalismo mudou muito desde que eu comecei a luta. Hoje é necessário
estudar, ler, discutir e se aprofundar mais nas temáticas. Por isso, este
evento é muito importante para expor todas as vertentes desse tema. Os
representantes de outras categorias, como bancários e petroleiros, podem servir
de base para a categoria metalúrgica com suas experiências. Este tema é válido
e muito importante para que o Brasil tenha uma sociedade mais igual e justa. O
trabalhador de uma empresa daqui ganha muito mais do que um do Nordeste na
mesma função, e isso não é justo”, afirmou Lula.
O grupo
participa de seminários e mesas temáticas durante dois dias para construir uma
pauta nacional a ser discutida com as entidades empresariais e com o governo,
visando a acabar com as desigualdades salariais na categoria. Representantes de
outras categorias como bancários, químicos, petroleiros, e construção civil a
também foram convidados a discutir o assunto.
O
presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, afirmou que é importante para o
desenvolvimento do Brasil que haja um piso nacional para a categoria. “Estudos
econômicos e sociais já demonstraram que o custo de vida e dos produtos é muito
semelhante em todas as regiões do país. Por exemplo, o carro zero quilômetro
custa o mesmo valor aqui ou no Amapá. Isso demonstra que é necessário rever a
questão do salário também. Um torneiro mecânico aqui e lá estudou o mesmo
tempo, tem a mesma carga horária e não tem os mesmos salários e benefícios. Se
já fosse assim, com certeza o poder de consumo desses trabalhadores seria
maior, como acontece com bancários e petroleiros, que já têm acordos
nacionais.”
Sobre a
presença do ex-presidente Lula, Cayres afirmou ser de extrema importância para
o trabalho da categoria. “Foi uma honra tê-lo aqui. Conhecemos a competência e
a inteligência dele, e este apoio nos dá mais força. Sabemos que não será
fácil, já que a categoria possui setores diversos, mas estamos dispostos a
conquistar esse avanço através de muitas reuniões e diálogo com as partes
envolvidas, afirmou o sindicalista.”
O
encontro ocorre até o final da tarde de quarta-feira e reunirá propostas que
serão discutidas em futuras reuniões com o governo e empresários. Os
sindicalistas se reúnem em três grupos temáticos: condições de trabalho e
remuneração, relações sindicais e de trabalho, gestão da empresa e normas
específicas de profissões, para discutir 2.632 cláusulas de 41 convenções
coletivas da categoria. No final do evento farão uma plenária para aprovar
esses itens.
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