Após completar um mês com as atividades suspensas,
professores da rede pública municipal de Itapecuru-Mirim ocuparam as ruas na
manhã da quinta-feira (30). O objetivo do ato público era chamar atenção da
sociedade para a intransigência da prefeitura em não dialogar com os educadores
a pauta da greve da categoria.
Entre as reivindicações da categoria se destaca o
pagamento das sobras do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb),
que não foram aplicadas em 2015 e poderiam melhorar a remuneração dos docentes.
Também compõem a pauta da greve as reformas em escolas e o fornecimento
de materiais didáticos, da merenda e do transporte escolar de qualidade.
De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos
Municipais de Itapecuru (SINSPMI), a greve continuará por tempo indeterminado
até que a negociação com a gestão seja iniciada, enquanto a assessoria jurídica
da entidade questiona, na Justiça, a decisão judicial que considerou a
mobilização dos trabalhadores ilegal.
Sob investigação
Desde 2014, o transporte escolar, uma das
reivindicações dos trabalhadores, é alvo de inquérito civil público instaurado
pela Promotoria de Justiça de Itapecuru-Mirim. Na ação, o Ministério
Pública investiga como foram aplicados R$5,5 milhões, valor repassado ao
município pelo governo federal entre anos de 2013 e 2014.
Nos cálculos da Promotoria, com a quantia era
possível comprar 20 ônibus escolares e ainda sobrava R$1 milhão para a
manutenção. O quadro projetado pelo Ministério Público contrasta com o serviço
oferecido pela Prefeitura aos estudantes, que têm à disposição somente 11
veículos, sendo oito ônibus e três micro-ônibus.
Além do uso incorreto do dinheiro público, a
investigação do MP traz documentos com denúncias sobre irregularidades no
transporte escolar. Entre falhas da má gestão, que colocam em risco a
integridade dos estudantes, estão a prestação de serviço por motoristas não
habilitados para a condução dos veículos e a utilização de automóveis de
pequeno porte.
Fonte: sinproesemma
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