O fórum composto por 31 entidades nacionais em defesa dos servidores e serviços públicos se reúne mais uma vez nesta terça-feira, 25, na sede da Condsef. Esta é a semana em que o governo voltou a dar como prazo para apresentar resposta formal à pauta unificada de reivindicações dos federais. No encontro, as entidades devem continuar discutindo e definindo novas ações de pressão para buscar avanços nos diálogos estagnados no Ministério do Planejamento e conquistar atendimento das demandas mais urgentes da categoria. Nesse sábado, 22, a Condsef participou com diversas entidades dos movimentos sociais de uma manifestação que reuniu cerca de 2,5 mil na Radial Leste, em São Paulo. O ato teve como principal palavra de ordem “Dilma, escuta, na Copa vai ter luta”. Foi mais um recado da insatisfação de uma maioria com os rumos da política econômica brasileira que segue privilegiando o empresariado e sucateando serviços essenciais à população como saúde, educação, segurança, transporte e tantos outros.
No atual modelo de investimentos adotado no Brasil, ainda que continue pagando cada vez mais impostos, a população nunca terá acesso a serviços públicos de qualidade. As manifestações que devem continuar ocorrendo nada mais são que um reflexo da angústia e dos anseios de uma população que demonstra cada vez mais o repúdio a políticas de governo que privilegiam minorias. Deve haver reação enquanto falta saúde, educação, segurança, transporte digno e sobra descaso, corrupção e impunidade. Os investimentos questionáveis para que o Brasil sedie a Copa do Mundo também vão continuar mobilizando a sociedade. A Condsef reforça o coro dos críticos preocupados com as contas que a população terá que pagar para que o Brasil possa sediar a “festa do futebol”.
Falta de transparência em licitações, programa de privatização em aeroportos, portos, estradas, empréstimos bilionários para construção de estádios, obras em infraestrutura atrasadas em todo Brasil. Afinal, vale a pena pagar uma conta alta para sediar a Copa enquanto a população continua vivendo o caos nos serviços essenciais? Sob o pretexto de mostrar ao mundo um grande espetáculo e driblar os problemas que se multiplicam na organização dessa Copa, o governo tem lançado mão de uma série de recursos que podem trazer graves consequências ao setor público em curto, médio e longo prazo, tornando ainda mais frágeis serviços que hoje já não conseguem atender a demanda interna.
Os problemas vistos e sentidos pela população têm origem no baixo nível dos investimentos públicos ao longo dos anos. A falta de uma política de Estado forte cobra sua conta justamente daqueles que já pagam caro por ela: a população brasileira. Até aqui o mundial não tem se mostrado um bom negócio para a maioria dos brasileiros. Os esforços promovidos para fazer desta a melhor Copa dos últimos tempos esbarram em muitas traves e provocam a sensação de que tantas “bolas fora” vão deixar marcas profundas. Quando a ressaca da festa passar, o Brasil pós Copa pode levar bem mais que quatro anos para se recuperar de tantos baques.
Fonte: SintsprevMA
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