2 de abril de 2014

Lembranças dos anos terríveis de ditadura devem ser suficientes para impedir governo de coibir liberdade da população de se manifestar

Há 50 anos o Brasil iniciava um dos períodos mais sombrios de sua história. Nesta terça-feira, 1º, um ato convocado pelas centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos acontece na Candelária, no Rio de Janeiro, para marcar a ‘descomemoração’ dos 50 anos do Golpe Militar de 1964. O golpe que instalou a ditadura no País trouxe 21 anos de profundo sofrimento, privação de liberdade onde muitos pagaram com a própria vida por ousar lutar por ideais democráticos. As atividades que marcam esse dia acontecem para que as lembranças desses anos terríveis não sejam esquecidas e para que isso nunca mais aconteça. Justamente por ter à frente da Presidência da República uma mulher que viveu os horrores desse momento obscuro da história, a Condsef não acredita que o governo será capaz de aprovar leis para inibir a liberdade da população que se organiza em manifestações em ano de Copa do Mundo.

Para a Condsef não é coibindo a liberdade que o governo resolverá protestos de massa. A radicalização de alguns também não pode ser usada como argumento de defesa para legitimar o governo a cercear a liberdade de toda a população que vive num estado democrático, estado este conquistado, inclusive, com a atuação na luta pela liberdade da atual presidenta da República. É grave que este mesmo governo comandado por quem conhece os horrores da repressão seja capaz de propor projetos como a lei antiterrorismo que promete ser colocada em votação no Senado. Não é a toa que essas intenções despertam tanta preocupação e revolta.

A habilidade para o diálogo em busca de solução para conflitos é elemento fundamental para um governo que se pretende eficiente. Sem essa habilidade o caminho inevitável será o do confronto de ideias, sempre salutar para o fortalecimento da democracia. A Condsef quer ser uma das vozes a resistir a mais essa tentativa de calar aqueles contrários aos anseios e expectativas de uma minoria privilegiada.


“Dilma, escuta, na Copa vai ter luta” – No último dia 22, a Condsef participou com diversas entidades dos movimentos sociais de uma manifestação que reuniu cerca de 2,5 mil na Radial Leste, em São Paulo. O ato teve como principal palavra de ordem “Dilma, escuta, na Copa vai ter luta”. Foi mais um recado da insatisfação de uma maioria com os rumos da política econômica brasileira que segue privilegiando o empresariado e sucateando serviços essenciais à população como saúde, educação, segurança, transporte e tantos outros.

No atual modelo de investimentos adotado no Brasil, ainda que continue pagando cada vez mais impostos, a população nunca terá acesso a serviços públicos de qualidade. As manifestações que devem continuar ocorrendo nada mais são que um reflexo da angústia e dos anseios de uma população que demonstra cada vez mais o repúdio a políticas de governo que privilegiam minorias. Deve haver reação enquanto falta saúde, educação, segurança, transporte digno e sobra descaso, corrupção e impunidade.

Intensificar pressões – É importante que os servidores acompanhem o calendário de atividades proposto pelo fórum em defesa dos servidores e serviços públicos. O objetivo é intensificar as pressões junto ao governo para conquistar avanços em negociações que seguem estagnadas. No dia 7 de abril as entidades do fórum vão participar de um ato no Rio de Janeiro em defesa de saúde pública e gratuita com qualidade. No dia 8, terça-feira, servidores farão um Dia Nacional de Lutas com paralisação de atividades em todo o Brasil. Atos serão organizados pelas entidades que compõem o fórum nos estados e setores dos movimentos sociais também serão convidados a participar.

O intuito, mais uma vez, é chamar a atenção do governo para a urgência de dialogar com os trabalhadores do setor público e investir adequadamente em serviços de qualidade para a população. Os movimentos de mobilização dão força aos trabalhadores da Valec e técnicos das universidades que já deram a largada para greves legítimas por tempo indeterminado. A Condsef também vai participar no dia 9 de abril de ato em defesa da classe trabalhadora convocado pelas centrais sindicais em São Paulo.

Para avaliar as atividades, o fórum nacional volta a se reunir na sede da Condsef em Brasília no dia 11 de abril. Outras atividades já estão apontadas. Entre elas está um dia nacional em memória das vítimas de acidentes de trabalho com paralisação de auditores e servidores administrativos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Além disso, o fórum aponta mais um Dia Nacional de Lutas com atos nos estados no dia 1º de maio e uma atividade nacional com marcha a Brasília para o dia 7 de maio para voltar a pressionar o Planejamento pelo atendimento da pauta mais urgente dos federais.


Fonte: Condsef

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