Há 50 anos o Brasil iniciava um dos
períodos mais sombrios de sua história. Nesta terça-feira, 1º, um ato convocado
pelas centrais sindicais, movimentos sociais e partidos políticos acontece na
Candelária, no Rio de Janeiro, para marcar a ‘descomemoração’ dos 50 anos do
Golpe Militar de 1964. O golpe que instalou a ditadura no País trouxe 21 anos
de profundo sofrimento, privação de liberdade onde muitos pagaram com a própria
vida por ousar lutar por ideais democráticos. As atividades que marcam esse dia
acontecem para que as lembranças desses anos terríveis não sejam esquecidas e
para que isso nunca mais aconteça. Justamente por ter à frente da Presidência
da República uma mulher que viveu os horrores desse momento obscuro da
história, a Condsef não acredita que o governo será capaz de aprovar leis para
inibir a liberdade da população que se organiza em manifestações em ano de Copa
do Mundo.
Para a Condsef não é coibindo a
liberdade que o governo resolverá protestos de massa. A radicalização de alguns
também não pode ser usada como argumento de defesa para legitimar o governo a
cercear a liberdade de toda a população que vive num estado democrático, estado
este conquistado, inclusive, com a atuação na luta pela liberdade da atual
presidenta da República. É grave que este mesmo governo comandado por quem
conhece os horrores da repressão seja capaz de propor projetos como a lei
antiterrorismo que promete ser colocada em votação no Senado. Não é a toa que
essas intenções despertam tanta preocupação e revolta.
A habilidade para o diálogo em busca
de solução para conflitos é elemento fundamental para um governo que se
pretende eficiente. Sem essa habilidade o caminho inevitável será o do
confronto de ideias, sempre salutar para o fortalecimento da democracia. A
Condsef quer ser uma das vozes a resistir a mais essa tentativa de calar
aqueles contrários aos anseios e expectativas de uma minoria privilegiada.
“Dilma, escuta, na Copa vai ter luta”
– No último dia 22, a Condsef participou com diversas entidades dos
movimentos sociais de uma manifestação que reuniu cerca de 2,5 mil na Radial
Leste, em São Paulo. O ato teve como principal palavra de ordem “Dilma, escuta,
na Copa vai ter luta”. Foi mais um recado da insatisfação de uma maioria com os
rumos da política econômica brasileira que segue privilegiando o empresariado e
sucateando serviços essenciais à população como saúde, educação, segurança,
transporte e tantos outros.
No atual modelo de investimentos
adotado no Brasil, ainda que continue pagando cada vez mais impostos, a
população nunca terá acesso a serviços públicos de qualidade. As manifestações
que devem continuar ocorrendo nada mais são que um reflexo da angústia e dos
anseios de uma população que demonstra cada vez mais o repúdio a políticas de
governo que privilegiam minorias. Deve haver reação enquanto falta saúde,
educação, segurança, transporte digno e sobra descaso, corrupção e impunidade.
Intensificar pressões – É importante
que os servidores acompanhem o calendário de atividades proposto pelo fórum em
defesa dos servidores e serviços públicos. O objetivo é intensificar as
pressões junto ao governo para conquistar avanços em negociações que seguem
estagnadas. No dia 7 de abril as entidades do fórum vão participar de um ato no
Rio de Janeiro em defesa de saúde pública e gratuita com qualidade. No dia 8,
terça-feira, servidores farão um Dia Nacional de Lutas com paralisação de
atividades em todo o Brasil. Atos serão organizados pelas entidades que compõem
o fórum nos estados e setores dos movimentos sociais também serão convidados a
participar.
O intuito, mais uma vez, é chamar a
atenção do governo para a urgência de dialogar com os trabalhadores do setor
público e investir adequadamente em serviços de qualidade para a população. Os
movimentos de mobilização dão força aos trabalhadores da Valec e técnicos das
universidades que já deram a largada para greves legítimas por tempo
indeterminado. A Condsef também vai participar no dia 9 de abril de ato em
defesa da classe trabalhadora convocado pelas centrais sindicais em São Paulo.
Para avaliar as atividades, o fórum
nacional volta a se reunir na sede da Condsef em Brasília no dia 11 de abril.
Outras atividades já estão apontadas. Entre elas está um dia nacional em
memória das vítimas de acidentes de trabalho com paralisação de auditores e
servidores administrativos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Além
disso, o fórum aponta mais um Dia Nacional de Lutas com atos nos estados no dia
1º de maio e uma atividade nacional com marcha a Brasília para o dia 7 de maio
para voltar a pressionar o Planejamento pelo atendimento da pauta mais urgente
dos federais.
Fonte: Condsef
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