9 de março de 2015

Esquerda se reúne para unificar mobilizações dos movimentos sociais

A CUT e outras organizações sindicais, movimentos sociais, coletivos, associações e partidos políticos realizaram uma Plenária Nacional dos Movimentos Populares no sábado (7), em São Paulo, para aprovar uma plataforma política e organizar mobilizações conjuntas em defesa dos direitos e contra a ofensiva da direita.
 
 Abrindo os trabalhos, Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT lembrou de organizações anteriores para articular os movimentos sociais e salientou o intuito de dar caráter unitário às lutas. "Já tivemos Fórum Nacional de Lutas e Coordenação dos Movimentos Sociais, que foram iniciativas importantes no momento. Mas, agora, estamos em outra conjuntura e esse é um espaço chamado para construir unidade e articular eixos e ações nas quais nos organizaremos enquanto esquerda", pontuou.
 
O coletivo, que tem a presença de organizações nacionais - como MTST, CUT, MST, FNDC, Levante Popular da Juventude, CONEN, UNE, Juntos, ANPG, CMP, Intersindical, MMM, Rua, UBES, Intervozes - e estaduais, como as operativas do Plebiscito Constituinte e o coletivo Periferia Ativa, tomará como decisões apenas o que for aprovado por consenso. Durante a reunião, houve apoios à iniciativa vindos do PSOL, do PT e do PCdoB.
 
A partir de abril, mobilizações serão traçadas com caráter unitário em torno das pautas organizadas em uma plataforma consensual. Após intervenções e debates, a plataforma política aprovada pela Plenária é:
 
1 - Contra o ajuste fiscal neoliberal promovido pelo governo federal e pelos governos estaduais e municipais
1.1 - Contra as MPs 664 e 665;
1.2 - Não aos cortes de investimentos na educação e em todas as demais áreas;
1.3 - Não aos tarifaços nas contas de água, de luz e de transportes;
1.4 - Em defesa dos empregos e dos salários;
2 - Enfrentar a ofensiva da direita e suas pautas na sociedade, no Congresso, no Judiciário e nos governos
2.1 - Em defesa da Petrobrás e do PL 5891, contra a privatização e a reversão do modelo de partilha defendidos pela oposição de direita. Pela apuração e punição de todos casos de corrupção;
2.2 - Não ao PL4330/04, não às terceirizações;
2.3 - Contra a abertura de capital da Caixa;
2.4 - Contra a abertura de capital estrangeiro para a saúde;
2.5 - Em defesa do Estado laico e contra toda forma de opressão, contra a repressão às lutas sociais e o genocídio da juventude pobre e negra nas periferias e pela desmilitarização das polícias;
2.6 - Demarcação das terras indígenas e quilombolas;
3 - Em defesa de Reformas Populares
3.1 - Reforma política agregando as iniciativas da Coalizão pela Reforma Política Democrática, Eleições Limpas, o Devolve Gilmar, a rejeição à PEC 352/13 e a Campanha pela Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político;
3.2 Reforma tributária, com taxação das grandes fortunas;
3.3 - Reforma Urbana;
3.4 - Reforma Agrária;
3.5 - Democratização dos meios de comunicação;
3.6 - Reforma Universitária e do ensino médio

Às pautas acima, por sugestão, somaram-se também a auditoria da dívida pública brasileira e o posicionamento contrário à liberação dos transgênicos e à privatização de serviços essenciais como água, energia, saúde e transportes.
 

Conjuntura atual
Em março, os atos que já estao em processo de realização pelas diferentes entidades continuam firmes em sua organização. A CUT, por exemplo, organiza em 13 de março uma mobilização nacional em defesa dos Direitos da Classe Trabalhadora; da Petrobrás; da Democracia e da Reforma Política.
 
Para Vagner Freitas, presidente da CUT, a mídia vem deturpando o caráter da mobilização em 13 de março, afirmando ser governista. "Nós temos nos desdobrado para tentar convencer  a opinião pública que o ato não é em defesa de governo. No dia 13, nós teremos um ato classista em que estamos discutindo quatro pontos que unificam a classe trabalhadora no Brasil", afirma. Vagner lembra que a CUT é contrária à linha econômica adotada pelo governo, baseada em ajustes fiscais e aumento de juros, além de ser contra as Medidas Provisórias 664 e 665, que retiram direitos da classe trabalhadora.
 
Outra pauta da CUT no dia 13 é a defesa da Petrobrás, estatal que representa 13% do PIB do país, investe 300 milhões diários no país e, segundo José Maria Rangel, coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), gerava, de 2003 para cá, 18 empregos a cada dia na indústria naval. Os ataques especulativos à empresa são, na opinião do sindicalista, uma tentativa de desmonte da estatal para posterior privatização.
 
"A Petrobrás está apontando um desinvestimento na ordem de milhões de reais, vendendo ativos importantes para a empresa. O dia 13 não é contra o governo ou a favor do governo. É  pelo nosso patrimônio, é pela Democracia", destaca.
 
Fonte: CUT/Nacional

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