Maioria dos servidores do Executivo aponta greve para 22 de julho
Quase
200 representantes da base da Condsef de 21 estados (AP, AM, BA, CE, ES,
GO, MA, MG, MS, PA, PB, PE, PI, PR, RJ, RN, RO, RS, SC, SE, SP) e o
Distrito Federal participaram de plenária nacional neste sábado, 4, em
Brasília. Por unanimidade (foto), a maioria dos servidores do Executivo
Federal, que compõe a base da Confederação, rejeitou a proposta
apresentada pelo governo (21,3% em 4 anos) e apontou um indicativo de
greve para o dia 22 deste mês. A partir de hoje, 6, assembleias por
local de trabalho vão acontecer em todo o Brasil para avaliar o
desenrolar dos diálogos com o governo. Uma nova plenária nacional está
confirmada para o dia 18 de julho quando a categoria deve referendar o
indicativo de greve a partir do cenário do processo de negociações.
Nesta terça, 7, entidades filiadas a Condsef participam de mais um dia
nacional de lutas e mobilização enquanto aguardam resultado de reunião
com a Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) do Ministério do
Planejamento, que está prevista para as 14 horas. Foto: Jane Franco/Sindsep-DF
No calendário de atividades aprovado na
plenária também está confirmada uma reunião do Conselho Deliberativo de
Entidades (CDE) da Condsef no dia 17 de julho. Uma grande marcha à
Brasília com atividades também nos estados acontece no dia 22, mesmo dia
do indicativo de greve apontado pela maioria dos servidores federais.
Os servidores esperam que a próxima reunião com a SRT venha acompanhada
de avanços. Além de insegura, os servidores avaliam que a proposta de
reajuste em quatro anos feita pelo governo é incompleta. Sem ficar claro
onde esses percentuais incidiriam (VB, gratificações ou remuneração
total), muitas demandas da pauta dos federais, apresentada ao
Planejamento em fevereiro, não tiveram retorno do governo que atrelou a
apresentação de outras propostas à aceitação da categoria a esse
percentual de 21,3% em 4 anos. A categoria não concorda em ficar refém
de uma proposta considerada rebaixada para só então ter a possibilidade
de avançar em outras pautas também consideradas urgentes.
Na avaliação feita pela categoria, a
justificativa do governo de que o país atravessa uma conjuntura de
restrição fiscal é rejeitada, reforçando o manifesto da última plenária
da Condsef, realizada no dia 30 de maio, quando os servidores reforçaram
o coro contra a política de ajuste fiscal do governo. Para a categoria,
ao contrário do que dizem representantes do governo, grande parte da
imprensa, banqueiros e patrões, o Brasil não necessita de ajuste. O que
as finanças públicas precisam é de controle dos capitais que hoje entram
e saem do Brasil quando e como querem, lucrando fortunas com a
especulação.
Lanterna grega – Para
os representantes reunidos na plenária da Condsef, o Brasil também
precisa da redução da taxa de juros, que hoje é a maior do mundo. O país
precisa de soberania nacional que só existe de forma plena com um
serviço público de qualidade que atenda às exigências da imensa maioria
da população trabalhadora que paga em dia seus impostos. Os servidores
lembraram o exemplo que vem da população grega que neste fim de semana,
em um referendo histórico, disse não a políticas de ajuste severo que
pressionam os trabalhadores daquele país.
Berço da civilização, a Grécia dá uma
importante lição aos especuladores financeiros que insistem em impingir
uma política severa de austeridade em nome do lucro desmedido
conquistado com manobras questionáveis e sempre fazendo uso do
sacrifício da classe trabalhadora. Esta luz que vem de lá reproduz
história grega de mais de 2 mil anos que conta que o filósofo Diógenes
de Sinope caminhava pelas ruas de Antenas durante o dia com uma lanterna
acesa à procura de um homem honesto. Que a lanterna grega acesa pela
população auxilie o mundo a enxergar o caminho de políticas justas
capazes de levar a produtividade sem o sacrifício de milhares.
O momento é difícil e exige atenção
redobrada dos servidores. É fundamental para este processo garantir o
reforço na luta em defesa de avanços e pelo atendimento das demandas
mais urgentes dos federais. Somente a unidade e uma pressão intensa
serão capazes de garantir avanços esperados pela maioria. É preciso que a
categoria esteja pronta para dar uma resposta efetiva ao governo de que
não será aceita a imposição da culpa pela crise que não foi criada
pelos servidores.
A redução de investimentos no setor
público acarretará consequências diretas na precarização ainda mais
grave dos serviços públicos. Serviços esses que são foco constante de
protestos por grande parte da população que pede qualidade e eficiência
no atendimento público em saúde, educação, segurança, infraestrutura e
tantos outros serviços essenciais que são obrigação do Estado fornecer.
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