A pauta negativa e retrógrada que vem da
Câmara dos Deputados para o Senado foi novamente criticada pelo senador
Paulo Paim (PT-RS). Ao fazer uma retrospectiva sobre a liberação de
recursos para o fundo de pensão Aerus, o petista lamentou a comemoração
em meio a uma onda de conservadorismo no Congresso, onde parlamentares
tentam impor matérias que colocam em risco as conquistas dos
trabalhadores brasileiros.
Entre as iniciativas encampadas por
parlamentares conservadores, está a que prevê o negociado acima do
legislado. Em outras palavras, a proposta colocaria o acordo entre
patrão e empregado acima do que está previsto na CLT.
“A lei tem que ser respeitada. Vamos
negociar, mas acima da lei, não abaixo da lei”, criticou o senador, em
discurso ao plenário nesta segunda-feira (23).
Ainda da tribuna, Paim registrou a saga
para a liberação de R$ 368,26 milhões para o Aerus. A medida só
precisava da aprovação do Congresso, uma vez que já estava autorizada
pelo governo federal. No entanto, como haviam diversos vetos
presidenciais trancando a pauta, somente na semana passada foi possível
liberar os recursos para os beneficiários do fundo.
“Os aposentados e pensionistas do fundo
de pensão Aerus alcançaram, enfim, na semana passada, no Congresso
Nacional, uma vitória com V maiúsculo, para coroar uma luta de 12 anos”,
afirmou.
Entenda o caso Aerus - O
projeto de crédito adicional (PLN 2/2015) destinou R$ 368,26 milhões do
orçamento federal ao Ministério da Previdência Social para cumprimento
de sentença da Justiça. O dinheiro garante o pagamento de benefícios aos
cerca de 10 mil aposentados e pensionistas do Instituto Aerus de
Seguridade Social, fundo de pensão dos ex-empregados das empresas Varig,
Cruzeiro e Transbrasil.
A dívida é decorrente de execução
provisória requerida pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas e pela
Associação dos Funcionários Aposentados e Pensionistas da Transbrasil em
2004. No ano passado, o governo havia aberto crédito especial no valor
de R$ 248,26 milhões para as despesas relativas ao período de setembro
de 2014 a dezembro de 2015 — que se transformou na Lei 13.062/2014.
O Instituto Aerus, no entanto, ganhou um
recurso na Justiça para estender os efeitos da execução aos outros
planos previdenciários administrados pela entidade, o que acabou
reduzindo o prazo de duração dos recursos concedidos em 2014, que assim
passaram a ser suficientes apenas até março de 2015. Com isso, o valor
do crédito aprovado agora servirá para cobrir o período de abril a
dezembro de 2015.
Os recursos necessários à abertura do
crédito serão cobertos pelo superávit financeiro apurado no balanço
patrimonial do exercício de 2014. O governo alega que o crédito não vai
afetar o superávit primário deste ano, uma vez que as despesas serão
consideradas na próxima avaliação das receitas e despesas públicas,
feita pelo Ministério do Planejamento. Na prática, o montante
equivalente ao PLN terá que ser incluído no contingenciamento para
evitar que ele afete a meta do ano de superávit primário.
Do PT no Senado
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