“Esta é uma greve pontual que atinge
especificamente algumas regiões do país. É infelizmente uma greve que se
caracteriza como uma aspiração única de desgaste político do
governo”, declarou em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
O ministro disse que espera que os que
estão envolvidos nessa mobilização, que tem “único objetivo de desgaste
político”, possam colocar acima de qualquer outra questão os interesses
da população brasileira.
Na madrugada desta segunda,
caminhoneiros bloquearam algumas rodovias no Rio Grande do Sul, em Santa
Catarina, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, São Paulo e
Tocantins.
O ministro afirmou que nenhuma entidade
representativa da categoria procurou o governo para apresentar a pauta
de reivindicações e disse que o governo está sempre aberto para o
diálogo.
“Uma greve, geralmente, vem com questões
econômicas, sociais e, geralmente, é propositiva. Mesmo quando se trata
de questões políticas, a greve é propositiva. Eu nunca vi uma greve
onde o único objetivo dela é gerar desgaste para o governo. Eu penso
que, evidentemente, é uma greve que não busca melhorias para a
categoria, busca unicamente o desgaste do governo”, explicou.
O governo federal afirma que, em abril,
após a última greve da categoria, atendeu a maior parte das
reivindicações dos caminhoneiros.
Sem apoio - Em nota, divulgada na
quarta-feira (4), a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos
(CNTA) repudiou os atos que, segundo a ela, estariam sendo organizados
por “grupos de internet”.
A entidade considerou “imoral” a
paralisação por se utilizar da “boa-fé dos caminhoneiros autônomos para
promover o caos no país e pressionar o Governo em prol de interesses
políticos ou particulares, que nada têm a ver com os problemas da
categoria”.
Leia a nota na íntegra:
“Manifestação no dia 09 de novembro: comunicado da CNTA
Diante de mais uma pretensa
paralisação de caminhoneiros convocada por grupos de internet, a
Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) comunica que:
1 – sempre manifestamos nosso
apoio a movimentos de interesse específico da categoria dos
caminhoneiros autônomos, organizados ou não, desde que haja
representantes que respondam pelos atos que praticam;
2 – consideramos imoral e
repudiamos qualquer mobilização que se utilize da boa-fé dos
caminhoneiros autônomos para promover o caos no país e pressionar o
Governo em prol de interesses políticos ou particulares, que nada têm a
ver com os problemas da categoria;
3 – paralisações, greves e
protestos são legítimos em um regime democrático, mas assim como
acontece com outras categorias profissionais, as entidades sindicais que
têm a prerrogativa legal de deflagrar uma greve, passam
obrigatoriamente pela elaboração de uma pauta de reivindicação
específica da categoria que representam, para ser aprovada em assembleia
geral, que é quem tem, ao final, a legitimidade de deflagrar uma greve;
4 – Os caminhoneiros há muito vêm
construindo a sua organização de representação sindical. Não podemos
admitir agora que pessoas estranhas, sem histórico algum de
representação da categoria, utilizem-se do respeito que o caminhoneiro
conquistou junto à opinião pública pela força e importância que exercem
na economia do país. Força essa reconhecida pelo governo sobre a
necessidade de suas reivindicações serem discutidas mais abertamente;
5 – hoje podemos contar com o
Fórum Permanente do Transporte Rodoviário de Cargas que foi criado para
ser um canal aberto e direto do setor de transportes com a inovação de
estar conjuntamente sendo representado por caminhoneiros autônomos,
empresas de transporte de cargas, embarcadores e Governo;
6 – a CNTA se constitui hoje em
seis federações e mais de cem sindicatos de caminhoneiros autônomos de
todo o país. Por isso, respeitamos qualquer manifestação de interesse
público de forma organizada. A rodovia é o escritório de trabalho dos
caminhoneiros, assim como o mecânico tem a oficina, o bancário trabalha
na agência. Portanto, o direito de manifestação e participação
espontânea não deve ser confundido com a interrupção de rodovias
obrigando a paralisação de quem precisa trabalhar ou não concorda com a
manifestação;
7 – é importante registrar as
graves consequências que um bloqueio de rodovias traz tanto para os
transportadores que delas se utilizam, como para a sociedade em geral. É
incalculável o prejuízo econômico, social e pessoal que esse tipo de
atitude traz. Neste momento, consultada a categoria, ela manifesta sua
necessidade de trabalhar e não de paralisar. Até porque a dificuldade
econômica por que passamos, não é exclusividade dos transportadores
rodoviários, e sim de todo o país;
7 – entendemos e reconhecemos a
frustração tanto dos caminhoneiros como da população com a situação
econômica do Brasil. No entanto, a CNTA acredita em uma guinada, a
exemplo de outros países considerados potências econômicas, que também
passaram recentemente por crise financeira, mas com a luta e apoio da
população, de forma inteligente e organizada, viraram o jogo e estão
novamente em crescimento;
8 – Ao consultar a sua base de
representação, a CNTA e as entidades que a compõe, federações e
sindicatos, optam pela defesa dos interesses dos caminhoneiros, por meio
do diálogo e negociação com o Governo Federal e setor privado.
A CNTA alerta ainda que antes de
qualquer pessoa se intitular uma liderança e promover uma paralisação
nacional é preciso partir da premissa que uma crítica deve vir
acompanhada de uma sugestão. Gritos de ordem incitando protestos podem
conseguir apoio e simpatia, mas sem propostas concretas de nada
adiantam.
Curitiba, 04 de novembro de 2015
Diumar Bueno – Presidente da CNTA”
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário