Os
trabalhadores do setor aéreo fizeram protesto na manhã desta quarta-feira (3)
em aeroportos brasileiros, causando atraso em voos. A paralisação, que durou
duas horas, das 6h às 8h, incluiu os aeroviários, cujas atividades incluem
check-in e despacho de bagagens, e os aeronautas, cuja categoria abrange
pilotos e comissários de bordo.
Segundo dados
da Infraero, que não incluem os aeroportos de Guarulhos (SP), Belo Horizonte
(MG) e São Gonçalo do Amarante (RN), 405 voos domésticas atrasaram entre à 0h e
às 8h desta quarta e 70 foram cancelados. Entre os voos internacionais, foram
registrados 14 atrasos. Não houve cancelamentos.
As principais
empresas aéreas anunciaram que liberarão a
remarcação de passagens e farão o reembolso integral de
bilhetes, após o anúncio de paralisação dos aeroviários e aeronautas.
Em nota, a TAM informou que,
até as 6h30, a paralisação havia afetado aproximadamente 12 voos da companhia.
Sindicato
espera adesão de 70%
Os trabalhadores pedem reajuste de 11%, para reposição da inflação no ano passado. Já as empresas do setor aéreo propõem que o aumento seja parcelado em duas vezes - 5,5% em fevereiro e 5,5% em junho, sem abranger o pagamento do valor retroativo à data-base da categoria, que é em 1º de dezembro.
Apenas as
diárias nacionais, o vale-alimentação, vale-refeição e seguro de vida seriam
reajustados de acordo com a índice da inflação e teriam a data-base respeitada,
segundo o sindicato dos aeroviários.
Luiz da Rocha
Cardoso Pará, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), espera
que a adesão dos trabalhadores do setor chegue a 70%.
O Sindicato
Naciona dos Aeronautas prevê que cerca de 300 voos sejam afetados. A entidade
não considera que devam ocorrer cancelamentos, mas apenas atrasos.
Os sindicatos
avaliam fazer novas paralisações caso não cheguem a um acordo com as empresas.
Reembolso
A TAM informou que os passageiros com voos domésticos agendados entre 6h e 18h ou voos internacionais entre 6h e 8h terão liberadas as taxas de remarcação e a diferença de tarifas para que antecipem seus voos ou posterguem sua viagem em até 15 dias a partir da data do voo original, mediante disponibilidade.
A TAM informou que os passageiros com voos domésticos agendados entre 6h e 18h ou voos internacionais entre 6h e 8h terão liberadas as taxas de remarcação e a diferença de tarifas para que antecipem seus voos ou posterguem sua viagem em até 15 dias a partir da data do voo original, mediante disponibilidade.
Aos passageiros com voos domésticos ou internacionais agendados entre 6h e 8h também está disponível o reembolso dos bilhetes, isento de multa.
O passageiro deve entrar em contato com a Central de Vendas (4002-5700 - capitais e 0300 570 5700 - todo o Brasil), ir a uma loja TAM nos aeroportos ou entrar em contato com a agência emissora de seu bilhete. Ultrapassada a data para remarcação e/ou fora das condições, o passageiro fica sujeito às condições normais de compra e utilização dos bilhetes.
A TAM esclarece que está tomando todas as ações possíveis para manter a segurança das suas operações.
A Gol também não cobrará taxas para remarcação de suas viagens e que concederá reembolso integral das passagens.
A empresa recomenda a clientes com viagens marcadas para esta quarta que entrem em contato com a Central de Atendimento, pelo telefone 0300 115 2121, para verificar a situação de seus voos. A companhia reforça que adotará todas as medidas para minimizar os possíveis impactos aos seus clientes.
A Avianca Brasil
informou que clientes com reservas em voos programados na quarta-feira poderão
remarcar suas viagens com isenção de taxas, mediante disponibilidade de
assentos. A companhia está à disposição dos passageiros pelos seguintes
telefones: 4004-4040 (São Paulo e principais capitais); ou 0300-789-8160
(demais localidades).
A empresa
ressaltou que resguarda a segurança de todas as suas operações e que não medirá
esforços para poupar os clientes de eventuais transtornos.
O G1 também
entrou em contato com a Azul e aguarda posicionamento da empresa.
Posicionamento
das aéreas
O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) informou que nos últimos 10 anos, as companhias aéreas promoveram, automaticamente, o reajuste dos salários na data-base de dezembro pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e que ao final das negociações foi concedido reajuste acima da inflação apurada, representando ganho real.
De acordo com o
SNEA, desde o início das negociações com as representações sindicais, seis
propostas foram apresentadas, mas todas foram recusadas.
A entidade
alega que, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de 2011 a 2014
a aviação comercial acumula R$ 9,4 bilhões de prejuízo líquido. E de janeiro a
setembro de 2015, o prejuízo já é de R$ 3,7 bilhões.
O SNEA
ressaltou que as empresas aéreas estão tomando todas as medidas para preservar
a viagem dos passageiros, não apenas nesta semana, mas também durante todo o
Carnaval.
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