O Diário Oficial publicou na quinta-feira (18) a proposta
apresentada pelo governo com regras para a aposentadoria. A Medida
Provisória nº 676 incorpora a regra 85/95, aprovada pelo Congresso
Nacional, e introduz uma fórmula de progressividade. Pela regra, o
número de pontos necessários previsto para que o segurado afaste a
aplicação do fator previdenciário começa em 85/95 e evolui entre 2017 e
2022. A MP leva em conta a evolução demográfica brasileira, que vem
registrando maior expectativa de vida da população nas últimas décadas.
“Essa proposta de progressividade melhora a sustentabilidade da
Previdência Social e garante o direito de todos os brasileiros”,
afirmou o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, durante coletiva
concedida com os ministros Carlos Eduardo Gabas (Previdência Social) e
Joaquim Levy (Fazenda) para explicar as regras. "O governo tem imenso
cuidado com a previdência social brasileira. Nosso maior objetivo é a
manutenção da proteção previdenciária, é garantir a sustentabilidade da
previdência social", disse o ministro Gabas.
Pela fórmula 85/95, o trabalhador dará entrada na aposentadoria
quando a soma de sua idade e de seu tempo de contribuição for igual ou
superior a 95 pontos, se homem, observando o tempo mínimo de
contribuição de 35 anos. Para a mulher, será igual ou superior a 85,
observando o tempo mínimo de contribuição de 30 anos.
A regra progressiva introduzida pelo governo segue a fórmula, a
partir de 2017, tanto para homens quanto para mulheres. Assim, a soma
total de idade + tempo de contribuição terá acréscimo de um ponto, de
acordo com o calendário:
- 1º de janeiro de 2017 (86/96 pontos)
- 1º de janeiro de 2019 (87/97 pontos)
- 1º de janeiro de 2020 (88/98 pontos)
- 1º de janeiro de 2021 (89/99 pontos)
- 1º de janeiro de 2022 (90/100 pontos)
De acordo com o ministro Nelson Barbosa, a fórmula progressiva
vai gerar uma economia para a Previdência de cerca de R$ 50 bilhões até
2026. O ministro explicou que ao fazer projeções levando-se em conta um
prazo mais longo, o governo usa o Produto Interno Bruto (PIB) como
referência. Por esse cálculo, projeções indicam que a fórmula
progressiva permite uma economia de 0,5% do PIB.
Aumento da expectativa de vida
A fórmula da progressividade leva em conta as os efeitos dos
avanços sócio econômicos registrados no País nos últimos anos, como a
inclusão produtiva, refletindo em um aumento da expectativa de vida da
população. Segundo o Ministério da Previdência Social, entre 1998 e
2013, houve um crescimento da sobrevida do brasileiro de 4,6 anos em
média.
“O planejamento da estrutura de Previdência Social precisa ser
planejada”, afirmou o ministro da Previdência Carlos Eduardo Gabas.
Segundo ele, o conceito não pode ser estático. “Tem de levar em conta a
expectativa de vida e sobrevida. Queremos um número que seja móvel,
consiga evoluir no tempo observando a expectativa de vida. Reflete o
momento de transição demográfica”, avaliou Gabas. “Temos que pensar nos
últimos anos e nos preparar para o futuro”, completou o ministro Joaquim
Levy.
Fórum
Em abril, o governo criou o Fórum de Debates da Previdência
Social, que irá propor soluções de longo prazo para a sustentabilidade
da previdência. O fórum será composto por integrantes do governo,
representantes da classe trabalhadora, aposentados e pensionistas e
empregadores. Os debates também incluirão a ampliação da cobertura, o
fortalecimento dos mecanismos de financiamento, regras claras de
acesso, idade mínima, tempo de contribuição e o fator previdenciário.
Segundo o ministro Carlos Gabas, o fórum é um espaço de diálogo
para a sociedade sobre um tema importante que é a previdência. “Nós
temos debatido isso com interlocutores tanto do movimento sindical
quanto dos empregadores e do Congresso Nacional que esta é uma solução
momentânea. A solução definitiva deve ser debatida no Fórum de
Previdência Social”, afirmou o ministro.
A proposta mostra que o governo está aberto ao debate. "Seja
qual for a regra da previdência, ela deve se adaptar à evolução da
população, acompanhar a evolução da estrutura etária da população
ativa”, concluiu Joaquim Levy.
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