Centenas de professores, funcionários e
especialistas de escola participaram, na sexta-feira (18), do II Seminário da
Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora em Educação. O evento, que ocorreu no Grand
São Luís Hotel, foi organizado pela Secretaria de Saúde do Sindicato dos
Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA) e
debateu o tema “A educação e a saúde devem estar juntas na escola”.
Participaram da mesa de abertura o presidente do SINPROESEMMA,
Júlio Pinheiro; o coordenador da Delegacia do Sindical em Imperatriz e também
secretário da Saúde do Trabalhador, André Santos; e as secretárias adjuntas da
Saúde, Francisca França e Eliene Oliveira.
Na ocasião, o presidente do SINPROESEMMA,
Júlio Pinheiro, contextualizou a organização do seminário dentro da
carência dos serviços de saúde no Brasil. “Nós somos afetados diretamente
por conta da ausência de saúde mais consistente para que nós possamos minimizar
os problemas que atacam a nossa categoria”, enfatizou.
Segundo Pinheiro, os problemas ainda são maiores
nas redes municipais, onde os prefeitos submetem os educadores a jornadas
exaustivas de trabalho, acima do que estabelece a lei do piso, e ainda não
respeitam a quantidade de alunos por sala de aula.
“Nosso estado é muito quente, 90% das escolas não
têm ar condicionado e as salas são superlotadas. Quem dá aula no ensino
fundamental não fala, grita. Então o esforço físico é muito grande”, destacou
Júlio Pinheiro, lembrando da necessidade de aumentar os investimentos em
infraestrutura das escolas como forma de garantir a saúde dos educadores.
Diretrizes nacionais. Em
seguida, os educadores assistiram à palestra da coordenadora estadual do Centro
de Referência Estadual da Saúde do Trabalhador (Cerest), Aelany França. Na
exposição, que traçou os instrumentos e diretrizes da políticas nacionais de
saúde do trabalhador, a coordenadora lembrou que os serviços de saúde estão
disponíveis para todos, desde funcionários da iniciativa pública até
funcionários informais.
Segundo Adernaly, o Cerest é um dos instrumentos
que compõem a política nacional, no entanto, não presta atendimento de urgência
ou emergência, mas atua como órgão gestor de informações sobre doenças oriundas
do exercício profissional. Com os dados colhidos em hospitais, são examinadas
as possibilidades de mais trabalhadores também terem adquirido determinada
doença no ambiente de trabalho.
A coordenadora encerrou a fala
destacando que a coleta de informações envolve diversos atores e
precisa do esforço de todos, desde os profissionais da saúde até os
trabalhadores, que precisam informar o histórico de cargos exercidos aos
médicos. “Saúde do trabalhador é como um abraço, você dá e você recebe”,
afirmou.
Valorização e saúde. À tarde, os
educadores acompanharam a palestra sobre as relações e as transformações no
trabalho, ministrada pela psicóloga Áurea Gianna, que abordou os transtornos
mentais adquiridos nas salas de aulas, destacando a depressão e a ansiedade
como consequência da precarização do ambiente de trabalho
.
Segundo a psicóloga, além da renumeração, os
educadores devem combater o problema lutando pela melhoria do ambiente de
trabalho. “Valorizar o trabalho é assegurar condições de trabalho de
forma digna, clima organizacional bom, em que o sujeito tenha a qualidade de
vida também nesse trabalho, para que organizações educacionais não se
transformam em locais de práticas inaceitáveis”, afirmou.
Objetivo cumprido. Para a
secretária-adjunta da Saúde do Trabalhador, Francisca França, que participou da
organização, o balanço das atividades do seminário foi relevante. “Foi
significativo discutir a saúde, porque vai proporcionar a melhora na qualidade
de vida, a partir da integração da saúde com o trabalho”, resumiu.
Fonte: Sinprosemma
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