A próxima quarta-feira, 23, será de
paralisação de atividades de servidores federais em todo o Brasil. O
protesto que promete reunir dezenas de categorias é uma reação ao
anúncio de novos cortes para promover ajuste fiscal feito pelo governo
no início desta semana. As medidas atingem em cheio servidores do
Executivo Federal. Entre os impactos está o recuo do governo que
postergou para agosto de 2016 uma proposta que já havia sido acatada
pela maioria dos servidores prevendo reajuste de 10,8% em dois anos com
pagamento a partir de 1º de janeiro próximo.
Nos cortes ainda estão a suspensão de
concursos públicos e o fim do abono de permanência que pode retirar mais
de 100 mil servidores da ativa em condições de se aposentar, mas que
permanecem trabalhando com incentivo de deixar de pagar 11% de
contribuição previdenciária imposta aos aposentados. Os servidores
mostram sua indignação com o que consideram um pacote de maldades que
penaliza a classe trabalhadora enquanto outras medidas poderiam ser
adotadas pelo governo.
A unidade e pressão são fundamentais
para derrotar esse projeto de ajuste fiscal que joga mais uma vez nos
braços dos servidores uma parcela enorme dos impactos de medidas de
ajuste anunciadas. Para a Condsef há outras soluções que o governo pode
adotar sem impor sacrifícios sistemáticos à classe trabalhadora. Entre
as possíveis outras soluções está possibilidade apontada pelo Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada): taxar, via imposto de renda,
lucros e dividendos recebidos por acionistas de empresas.
De acordo com os estudos promovidos pelo
instituto, taxando em 15% esse segmento, o governo teria um aporte de
R$43 bilhões / ano em seu orçamento. Há ainda a opção de encaminhar
proposta para taxação das grandes fortunas, rastrear e penalizar grandes
sonegadores, promover a necessária e urgente auditoria da suposta
dívida pública brasileira, entre outras tantas possibilidades.
Repassando, mais uma vez, a conta de uma
crise para a classe trabalhadora, o governo não só amplia um cenário de
insatisfação já intenso como pode terminar adiando o fim das
intempéries. Impor aumento de impostos, arrocho salarial e outras
mazelas direcionadas aos trabalhadores e continuar garantido altos
lucros a muito poucos nunca será boa receita para consolidar um país
desenvolvido, economicamente forte e justo.
Fonte: condsef
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