3 de dezembro de 2012

Quase 20 mil pescadores deram entrada no seguro defeso em novembro



Cerca de 19.500 pescadores em 16 municípios maranhenses deram entrada no pedido do seguro desemprego, somente em novembro, por meio da Secretaria de Estado de Trabalho e Economia Solidária (Setres). O benefício é pago em função do período de defeso da reprodução das espécies animais de rios, lagos, barragens, igarapés e afins.

É o caso da pescadora Maria Santos Pereira, que hoje atua como presidente da Colônia de Pescadores do Município de Viana - que entre profissionais ativos e inativos, reúne cerca de dois mil pescadores artesanais.

"Tudo que a gente pesca é pra vender diretamente na feira e o que sobra é o sustento dos meus dois filhos", explicou a pescadora, casada com um outro pescador. Ela conta que a família vive exclusivamente desse trabalho e nos bons dias de pescaria, chega a tirar cerca de 30kg de curimatá, traíra e viola de um dos lagos do Rio Maracu. Mas a estiagem e o defeso deram um freio na única renda da família.

"Sem esse seguro-defeso eu nem consigo imaginar como seria difícil continuar nossa vida", avalia Maria. "E rezo pra passar esse período logo, mas que venha a chuva, pra abençoar nosso meio de vida", declara, já receosa quanto à estiagem instalada na Baixada Maranhense.

Força-tarefa - O Seguro-defeso é pago ao pescador que exerce a atividade de forma artesanal, individualmente ou em regime de economia familiar, durante quatro meses do ano. Aproximadamente 65 mil trabalhadores receberam o benefício no Maranhão no ano passado, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego. Pelo menos 33 mil foram atendidos pela Setres.

Segundo o secretário de Trabalho e Economia Solidária, José Antônio Heluy, as atividades relativas à recepção do seguro-desemprego dos pescadores são complexas e exigem a formação de equipes móveis para atender à demanda.
"Cada equipe atende uma média de dois a três mil pescadores por município", explica o secretário. "O trabalho é duro, o tempo é curto, mas a política pública deve ser levada a quem precisa dela", opina.

Após dar entrada no pedido do seguro-desemprego, o requerimento segue para avaliação e posterior pagamento por parte do MTE. Os pedidos feitos neste período só começarão a ser pagos após 31 de dezembro.

"O seguro-defeso atende a uma parcela da população que perde sua principal fonte de renda durante uma época do ano e essas pessoas precisam do amparo do poder público de alguma maneira", destaca José Antônio.

Para o mês de dezembro, a Setres já tem programado o roteiro de suas equipes móveis, devendo estar presente em mais quinze municípios do estado. Os trabalhos de recepção ao seguro-desemprego são realizados em parceria com as colônias e sindicatos dos pescadores nos municípios atingidos pelo defeso; dentre eles, Bacabeira, Timon, Nina Rodrigues e Itapecuru-Mirim.

Fonte: secom

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