21 de setembro de 2015

Regional de São Luís analisa regulamentação da ampliação da jornada

plenaria sao luis - ampliação20150917_1388Educadores de São Luís participaram na ultima semana  da plenária regional que analisou a proposta de unificação e ampliação da jornada de trabalho de 20h para 40h semanais. A plenária, de iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA), reuniu mais de uma centena de professores, no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), na Rua da Estrela, Centro Histórico.

de encontros organizados pelas delegacias regionais do SINPROESEMMA para ouvir e esclarecer a categoria sobre as mudanças decorrentes do processo de unificação e ampliação da jornada, fruto da luta do SINPROESEMMA junto ao governo do Estado, cujas negociações foram iniciadas em 2013. 

Segundo o presidente do Sindicato, Júlio Pinheiro, a ampliação, para quem tem uma matrícula, acontecerá de forma gradual a partir de 2016, após a divulgação de quantitativo da demanda de professores na rede. Já os profissionais com duas matrículas poderão regularizar o acúmulo de cargos mediante o preenchimento de requerimento de exoneração da matrícula mais recente e ampliação da mais antiga, a qualquer momento, após a publicação do decreto com as regras.

2013. A proposta de unificação e ampliação da jornada começou há dois anos, quando, em Timon, foram detectadas e denunciadas várias irregularidades na acumulação de matrícula por professores que trabalhavam no município maranhense e, ao mesmo tempo, davam aula em Teresina, no Piauí. Chegaram a ser denunciados casos de terceirização de matrícula: o professor recebia metade do salário para dar aula enquanto o professor titular da vaga estava em outra escola ou em outra atividade.
Com as denúncias, a prefeitura de Timon e de outros municípios maranhenses ameaçaram vários professores de exoneração.

Foi necessário o SINPROESEMMA buscar a Secretaria de Educação, no governo Roseana Sarney, para evitar que os profissionais perdessem seus empregos por acumular matrículas em função da abertura de processos administrativos para apurar as irregularidades e punir os docentes.

Na época, os educadores de São Luís aprovaram, em assembleia, na Associação Comercial do Maranhão, o encaminhamento da proposta opcional de unificação de matrículas na rede pública do estado. A consulta contabilizou 18 assembleias regionais consultivas favoráveis à unificação de matrículas.

Desde então, Sindicato e governo tentam encontrar solução para o impasse, sendo o empenho do SINPROESEMMA para evitar as exonerações.
Durante a plenária, Júlio Pinheiro explicou que, no governo anterior, o Sindicato enfrentou a resistência das Secretarias de Planejamento e Previdência para solucionar a questão. Foi somente no atual governo que o diálogo tornou-se mais decisivo no sentido de chegar a uma solução menos danosa aos professores. “Os prefeitos queriam a exoneração sumária dos docentes que acumulavam matrículas irregulares”, explicou Júlio Pinheiro, esclarecendo a gravidade da situação.

A proposta de ampliação, sancionada em 23 de junho pelo governador Flávio Dino, objetiva proteger os trabalhadores em educação com mais de duas matrículas na rede pública e ainda permitir que servidores com única jornada de 20h possam ampliar para 40h.

Júlio Pinheiro esclarece que, além de assegurar a renda aos profissionais que recorreram a mais de duas matrículas no serviço público, o projeto também tenta diminuir a contratação precária de professores.
“A proposta vai reduzir os contratos precários na rede estadual. O governo terá a oportunidade de preencher vagas existentes com os profissionais da rede, e estes ampliarão a remuneração proporcionalmente”.
O governo deve publicar, até 26 de setembro, o decreto que regulamenta a ampliação e unificação da jornada na rede estadual de ensino.
Balanço. Na avaliação de Pinheiro, os debates estão sendo positivos e esclarecedores e a participação dos professores, proveitosa. Ele considera que os trabalhadores em educação entenderam a necessidade de regularizar a situação de quem acumula matrículas irregularmente com risco de exoneração.

Ganhos. As principais dúvidas observadas entre os professores estavam relacionadas a quem pode aderir à ampliação da jornada e quais serão as vantagens e desvantagens para os docentes.

A professora Ana Gorete, da Unidade Integrada Ezelberto Martins, na Vila Sarney, é favorável à mudança. “Toda proposta tem perdas e ganhos. Mas acho que, como benefícios, evita ao professor o risco de perder o emprego por se tratar de matrículas irregulares. É uma questão de necessidade acumular duas, até três matrículas, mas tem a chance, agora, de, com a regulamentação, optar pela mais antiga – isso é vantajoso para o docente. Por outro lado, favorece quem precisa ampliar a jornada sem ter de correr para dar aula porque passa a ter um salário de jornada integral. Para o Estado e para quem ainda não está na rede pública, permite a abertura de novas oportunidades a partir das vagas surgidas com a exoneração de matrículas que estavam ocupadas por apenas um profissional”, raciocina.

Na opinião do professor Paulo Emílio, a proposta vai melhorar em relação à carência de professores na rede pública, que tem muitos professores em regime de contrato especial:

“Eu, por exemplo, trabalho há 15 anos em regime de CET. Todo ano, ficamos nessa angústia se vamos ter contrato renovado ou não. Espero que essa proposta resolva de forma favorável para esses professores”.

Fonte: sinproesemma

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