21 de março de 2016

Ludovicenses vão às ruas e declaram: “Não vai ter golpe!”

Na última sexta-feira (19), uma multidão tomou conta da praça Deodoro durante um ato em defesa da democracia. No ato, intitulado “Pela Liberdade Democrática”, adultos, crianças, artistas, militantes esquerdistas e apartidários bradavam frases e entoavam cânticos em apoio ao mandato da presidente Dilma e do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, nomeado ministro da Casa Civil. A manifestação acompanhou o resto do país, onde milhões de pessoas se manifestavam, simultaneamente, defendendo também os direitos sociais e o respeito aos princípios constitucionais.   

Representantes do Parlamento Municipal, Estadual e Federal, juristas, entidades sindicais e diferentes movimentos sociais como, LGBT, Mulher, Juventude, Povos indígenas, Sem Terra, Igualdade Racial, Pessoa Idosa e Pessoa com Deficiência também se fizeram presentes na manifestação.

No palco do evento, militantes discursavam e, entre um discurso e outro, apresentações culturais se realizavam, dentre os artistas: as cantoras Rosa Reis e Tássia Campos, além do cantor Tutuca.
Presente no ato, o único representante do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara Municipal, o vereador Honorato Fernandes falou da necessidade da população, respaldada nas conquistas sociais adquiridas ao longo das gestões de Lula e Dilma, tomar a frente em defesa do governo.

“Quero falar da indignação que nós precisamos mostrar nas ruas. Falar também da realização dos sonhos e esperanças que Dilma e Lula possibilitaram a milhões de brasileiros. Realização de sonhos, como políticas voltadas para o setor de cultura, a exemplo dos pontos de cultura, o sonho de conquista da casa própria, com o Minha Casa Minha Vida, a oportunidade do filho da empregada sentar no banco de uma universidade federal, o sonho de ter a mesa mais farta e, para muitos outros tantos, a oportunidade apenas de ter algo na mesa pra comer. É dessa realidade que eu quero falar e, baseada nela, dizer aos meus amigos e amigas da cidade de São Luís que nós não vamos nos intimidar. Vamos tomar a frente. Porque o que agente defende é o que o Lula disse ontem, uma justiça para todos, com isenção, pois somos todos iguais”, disse o vereador. 
Emocionado com o ato em defesa da democracia, Raimundo Monteiro, presidente estadual do PT, afirmou que a manifestação se faz urgente, haja vista a clara tentativa de golpe perpetrada pela direita conservadora, agora, articulada com o Ministério Público e Judiciário, configurando de tal modo um golpe institucional.

“É com muita satisfação que vejo o povo nas ruas com vontade de lutar para manter conquistas históricas. Um povo que sentiu a elite se organizar para tomar todas estas conquistas, hoje, vem às ruas dizer que não aceita a tomada destes direitos. Pra mim, que lutei na década de 70 e na década de 80 para ter uma constituição, ver, agora, esta constituição sendo desmoralizada é muito duro. A democracia teve um custo muito alto pra nós, por isso não podemos deixar que isto nos seja levado dessa forma. Por uma direita conservadora e por um juiz que passa por cima da maior corte do judiciário brasileiro, que é o STF, colocando grampos no Palácio do Planalto. Portanto, é uma emoção ver um levante tão importante, do nosso povo aqui em São Luís e do Brasil todo”, disse Monteiro.

A polêmica acerca da legalidade da realização e divulgação do grampo feito pelo juiz Sérgio Moro foi um dos pontos abordados pelo professor de direito Mário Macieira e ex-presidente da OAB-MA.
“Está clara a parcialidade de um setor do judiciário, que dirige as investigações contra um partido, ou um setor da política brasileira e que tapa os olhos para as denúncias contra a direita. Um juiz, cujo último ato foi de gritante ilegalidade, quando grampeou a presidente da república sem ter competência para isso e não satisfeito em apenas grampear, ainda vazou o áudio, que por lei deve ser sigiloso. A ele competiria, se o mesmo tivesse uma atuação isenta, tão somente encaminhar o áudio para o Supremo Tribunal Federal. Portanto, este ato só revela que ele está engajado politicamente na luta pelo golpe, pela derrubada da presidente Dilma, muito mais do que interessado em fazer a investigação da lava jato”, afirmou o advogado, que destacou ainda as reformas legais realizadas nos últimos anos pelos governos petistas, que possibilitaram a investigação de crimes de corrupção.

“Ser contra a corrupção todos nós somos. Aliás, quem sempre praticou corrupção nesse país foram eles que estão do outro lado e sempre e beneficiaram disso. Hoje, meios e instrumentos necessários para investigar crimes de corrupção como estes só existem por conta das reformas legais feitas nos governos Lula e Dilma, que propiciaram a independência da Polícia Federal e do Ministério Público”, finalizou o advogado.

De acordo com a organização do ato, 5.000 pessoas participaram da manifestação. Sete ônibus vieram da região Tocantina, trazendo manifestantes de cidades como: Imperatriz, Porto Franco, Bom Jesus das Selvas, Buritirana e Campestre. Já os dados da Polícia Militar, contabilizam 400 pessoas no ato.  




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