10 de novembro de 2015

Greve dos caminhoneiros tem o objetivo de desgastar o governo, afirma ministro

protesto_-caminhoneiros_brasilia_09112015_004O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, afirmou nesta segunda-feira (9) que a greve dos caminhoneiros é pontual e tem o único objetivo de desgastar politicamente o governo.

“Esta é uma greve pontual que atinge especificamente algumas regiões do país. É infelizmente uma greve que se caracteriza como uma aspiração única de desgaste político do governo”, declarou em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

O ministro disse que espera que os que estão envolvidos nessa mobilização, que tem “único objetivo de desgaste político”, possam colocar acima de qualquer outra questão os interesses da população brasileira.
Na madrugada desta segunda, caminhoneiros bloquearam algumas rodovias no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, São Paulo e Tocantins.

O ministro afirmou que nenhuma entidade representativa da categoria procurou o governo para apresentar a pauta de reivindicações e disse que o governo está sempre  aberto para o diálogo.

“Uma greve, geralmente, vem com questões econômicas, sociais e, geralmente, é propositiva. Mesmo quando se trata de questões políticas, a greve é propositiva. Eu nunca vi uma greve onde o único objetivo dela é gerar desgaste para o governo. Eu penso que, evidentemente, é uma greve que não busca melhorias para a categoria, busca unicamente o desgaste do governo”, explicou.

O governo federal afirma que, em abril, após a última greve da categoria, atendeu a maior parte das reivindicações dos caminhoneiros.

Sem apoio - Em nota, divulgada na quarta-feira (4), a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) repudiou os atos que, segundo a ela, estariam sendo organizados por “grupos de internet”.

A entidade considerou “imoral” a paralisação por se utilizar da “boa-fé dos caminhoneiros autônomos para promover o caos no país e pressionar o Governo em prol de interesses políticos ou particulares, que nada têm a ver com os problemas da categoria”.

Leia a nota na íntegra:
“Manifestação no dia 09 de novembro: comunicado da CNTA
Diante de mais uma pretensa paralisação de caminhoneiros convocada por grupos de internet, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) comunica que:
1 – sempre manifestamos nosso apoio a movimentos de interesse específico da categoria dos caminhoneiros autônomos, organizados ou não, desde que haja representantes que respondam pelos atos que praticam;
2 – consideramos imoral e repudiamos qualquer mobilização que se utilize da boa-fé dos caminhoneiros autônomos para promover o caos no país e pressionar o Governo em prol de interesses políticos ou particulares, que nada têm a ver com os problemas da categoria;
3 – paralisações, greves e protestos são legítimos em um regime democrático, mas assim como acontece com outras categorias profissionais, as entidades sindicais que têm a prerrogativa legal de deflagrar uma greve, passam obrigatoriamente pela elaboração de uma pauta de reivindicação específica da categoria que representam, para ser aprovada em assembleia geral, que é quem tem, ao final, a legitimidade de deflagrar uma greve;
4 – Os caminhoneiros há muito vêm construindo a sua organização de representação sindical. Não podemos admitir agora que pessoas estranhas, sem histórico algum de representação da categoria, utilizem-se do respeito que o caminhoneiro conquistou junto à opinião pública pela força e importância que exercem na economia do país. Força essa reconhecida pelo governo sobre a necessidade de suas reivindicações serem discutidas mais abertamente;
5 – hoje podemos contar com o Fórum Permanente do Transporte Rodoviário de Cargas que foi criado para ser um canal aberto e direto do setor de transportes com a inovação de estar conjuntamente sendo representado por caminhoneiros autônomos, empresas de transporte de cargas, embarcadores e Governo;
6 – a CNTA se constitui hoje em seis federações e mais de cem sindicatos de caminhoneiros autônomos de todo o país. Por isso, respeitamos qualquer manifestação de interesse público de forma organizada. A rodovia é o escritório de trabalho dos caminhoneiros, assim como o mecânico tem a oficina, o bancário trabalha na agência.  Portanto, o direito de manifestação e participação espontânea não deve ser confundido com a interrupção de rodovias obrigando a paralisação de quem precisa trabalhar ou não concorda com a manifestação;
7 – é importante registrar as graves consequências que um bloqueio de rodovias traz tanto para os transportadores que delas se utilizam, como para a sociedade em geral. É incalculável o prejuízo econômico, social e pessoal que esse tipo de atitude traz. Neste momento, consultada a categoria, ela manifesta sua necessidade de trabalhar e não de paralisar. Até porque a dificuldade econômica por que passamos, não é exclusividade dos transportadores rodoviários, e sim de todo o país;
7 – entendemos e reconhecemos a frustração tanto dos caminhoneiros como da população com a situação econômica do Brasil. No entanto, a CNTA acredita em uma guinada, a exemplo de outros países considerados potências econômicas, que também passaram recentemente por crise financeira, mas com a luta e apoio da população, de forma inteligente e organizada, viraram o jogo e estão novamente em crescimento;
8 – Ao consultar a sua base de representação, a CNTA e as entidades que a compõe, federações e sindicatos, optam pela defesa dos interesses dos caminhoneiros, por meio do diálogo e negociação com o Governo Federal e setor privado.
A CNTA alerta ainda que antes de qualquer pessoa se intitular uma liderança e promover uma paralisação nacional é preciso partir da premissa que uma crítica deve vir acompanhada de uma sugestão. Gritos de ordem incitando protestos podem conseguir apoio e simpatia, mas sem propostas concretas de nada adiantam.
Curitiba, 04 de novembro de 2015
Diumar Bueno – Presidente da CNTA”
 
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias

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